Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
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Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
Carros Clássicos - Wilson, Quentin - 2000.
Só um homem corajoso afirma que pode avaliar um carro clássico com precisão e honestidade. O mercado de carros antigos teve uma crise de ansiedade porque não havia qualquer orientação instituída e completa sobre o ofício sutil da avaliação criteriosa. A estrutura de fixação de preços baseia-se na opinião e no exagero. Métodos tradicionais de comparação de preços históricos de leilões, além dos preços anunciados publicamente, com demasiada freqüência ignoram um fator essencial: o estado de conservação. Não é o bastante tomar como exemplo os preço de um leilão e torná-los uma referência para modelos similares. E avaliações não podem ser baseadas em preços de anúncios, nos quais as descrições do estado de conservação são imprecisas e os valores otimistas. O carro clássico em questão deve ter sido submetido a muitos anos de desgaste e deterioração. Apenas a sua idade não lhe confere valor algum – o que interessa é o estado em que se encontra, depois de ter sobrevivido aos estragos do tempo. Portanto, não se pode jamais presumir que dois carros quaisquer possam estar nas mesmas condições e merecer o mesmo preço.
Todo Cuidado é Pouco
Todos os carros usados são, por definição, imperfeitos e constituem um desafio a uma avaliação precisa. A fixação de preços dos carros modernos se dá por intermédio dos dados coletados em leilões diários, empresas de leasing, revendedores franquiados, revendedores de carros usados e companhias de frotas. Mesmo com tanta informação sistemática disponível, os preços dos carros modernos continuam sendo imprevisíveis. Portanto, o que se pode esperar dos preços de carros antigos? O carro usado é um produto singular – apenas um terço é fato visível. O resto situa-se atrás de uma camada cosmética, escondida dos olhos, a não ser que esteja desmantelando. Por isso a documentação é vital: os registros da manutenção, o número de proprietários anteriores e a exatidão da quilometragem ajudam a fazer uma estimativa bem informada da existência anterior do carro. Com os carros antigos, a tarefa é dez vezes mais difícil. A maior parte dos clássicos teve muitos proprietários, foi pintada inúmeras vezes e percorreu milhares de quilômetros. Os compradores foram condicionados a aceitar o fato de que a documentação nem sempre é necessária ou está disponível, porque se perdeu ou ficou oculta na névoa do tempo. Sem a ajuda da documentação , só lhes resta julgar o estado mecânico e as condições da carroceria através de uma inspeção visual. A não ser que você seja extremamente experiente, tenha poderes psíquicos ou possa possa pagar caro por seus enganos.
Só há bem pouco tempo, os carros antigos atraíram a atenção do público, por isso o mercado é jovem e imprudente. Impelida pela emoção, a demanda acelerou os preços, ignorando considerações mais sensatas. O desejo de possuir, a qualquer preço, às vezes obscurece a razão. Os compradores entraram no mercado sem questionar o valor intrínseco e o estado de conservação dos carros que estavam comprando. Só agora ficou claro que os preços baseavam-se, na maior parte dos casos, em nada mais que especulações.
Para que os aficionados comprem e tirem proveito de carros antigos, a base na qual se sustenta o mercado, é necessário que eles sejam acessíveis e tenham preços realistas. O mercado está carregado de carros ruins travestidos de bons, tenham ou não sido restaurados a preços exorbitantes, o que acentua ainda mais a importância daqueles que estejam em bom estado de manutenção e possuam uma documentação autêntica e precisa.
Advertências Clássicas
Carros genuínos, não adulterados, bem conservados e que não passaram por qualquer restauração valem bem mais do que os que sofreram reparos recentes. E não ignore a quilometragem nem a aceite na base da afirmação sem provas. Encontre um carro que tenha comprovação documentada. Ignore as afirmações do tipo “quilometragem autêntica, pode acreditar”. Certifique-se de que a quilometragem esteja garantida por escrito, Dê valor às ordens de serviço e notas fiscais de assistência mecânica anteriores. Escolha um carro clássico com um histórico documentado. Lembre-se que a originalidade é tudo. Faça uma avaliação cuidadosa de carros com alterações nas cores, plásticos fora do padrão no lugar de couro ou substituição de motores. Fique atento aos números de chassi e de motor que não combinem e dê preferência a carros que tenham o menor número possível de ex-proprietários.
Seja meticuloso em relação a detalhes. Não tolere nada que tenha sido maquiado. Embora você possa não se importar com a originalidade e a procedência, é quase certo que o próximo sujeito que for comprar seu carro irá se preocupar com isso. Não acredite que todos os vendedores e negociantes de carros são pessoas escrupulosas. Às vezes, carros desqualificados e pessoas desqualificadas andam juntos, clássicos ou não. Se você tem qualquer dúvida em relação à parte mecânica ou à carroceria, faça com que sua compra em potencial seja examinada por um especialista independente.
Só um homem corajoso afirma que pode avaliar um carro clássico com precisão e honestidade. O mercado de carros antigos teve uma crise de ansiedade porque não havia qualquer orientação instituída e completa sobre o ofício sutil da avaliação criteriosa. A estrutura de fixação de preços baseia-se na opinião e no exagero. Métodos tradicionais de comparação de preços históricos de leilões, além dos preços anunciados publicamente, com demasiada freqüência ignoram um fator essencial: o estado de conservação. Não é o bastante tomar como exemplo os preço de um leilão e torná-los uma referência para modelos similares. E avaliações não podem ser baseadas em preços de anúncios, nos quais as descrições do estado de conservação são imprecisas e os valores otimistas. O carro clássico em questão deve ter sido submetido a muitos anos de desgaste e deterioração. Apenas a sua idade não lhe confere valor algum – o que interessa é o estado em que se encontra, depois de ter sobrevivido aos estragos do tempo. Portanto, não se pode jamais presumir que dois carros quaisquer possam estar nas mesmas condições e merecer o mesmo preço.
Todo Cuidado é Pouco
Todos os carros usados são, por definição, imperfeitos e constituem um desafio a uma avaliação precisa. A fixação de preços dos carros modernos se dá por intermédio dos dados coletados em leilões diários, empresas de leasing, revendedores franquiados, revendedores de carros usados e companhias de frotas. Mesmo com tanta informação sistemática disponível, os preços dos carros modernos continuam sendo imprevisíveis. Portanto, o que se pode esperar dos preços de carros antigos? O carro usado é um produto singular – apenas um terço é fato visível. O resto situa-se atrás de uma camada cosmética, escondida dos olhos, a não ser que esteja desmantelando. Por isso a documentação é vital: os registros da manutenção, o número de proprietários anteriores e a exatidão da quilometragem ajudam a fazer uma estimativa bem informada da existência anterior do carro. Com os carros antigos, a tarefa é dez vezes mais difícil. A maior parte dos clássicos teve muitos proprietários, foi pintada inúmeras vezes e percorreu milhares de quilômetros. Os compradores foram condicionados a aceitar o fato de que a documentação nem sempre é necessária ou está disponível, porque se perdeu ou ficou oculta na névoa do tempo. Sem a ajuda da documentação , só lhes resta julgar o estado mecânico e as condições da carroceria através de uma inspeção visual. A não ser que você seja extremamente experiente, tenha poderes psíquicos ou possa possa pagar caro por seus enganos.
Só há bem pouco tempo, os carros antigos atraíram a atenção do público, por isso o mercado é jovem e imprudente. Impelida pela emoção, a demanda acelerou os preços, ignorando considerações mais sensatas. O desejo de possuir, a qualquer preço, às vezes obscurece a razão. Os compradores entraram no mercado sem questionar o valor intrínseco e o estado de conservação dos carros que estavam comprando. Só agora ficou claro que os preços baseavam-se, na maior parte dos casos, em nada mais que especulações.
Para que os aficionados comprem e tirem proveito de carros antigos, a base na qual se sustenta o mercado, é necessário que eles sejam acessíveis e tenham preços realistas. O mercado está carregado de carros ruins travestidos de bons, tenham ou não sido restaurados a preços exorbitantes, o que acentua ainda mais a importância daqueles que estejam em bom estado de manutenção e possuam uma documentação autêntica e precisa.
Advertências Clássicas
Carros genuínos, não adulterados, bem conservados e que não passaram por qualquer restauração valem bem mais do que os que sofreram reparos recentes. E não ignore a quilometragem nem a aceite na base da afirmação sem provas. Encontre um carro que tenha comprovação documentada. Ignore as afirmações do tipo “quilometragem autêntica, pode acreditar”. Certifique-se de que a quilometragem esteja garantida por escrito, Dê valor às ordens de serviço e notas fiscais de assistência mecânica anteriores. Escolha um carro clássico com um histórico documentado. Lembre-se que a originalidade é tudo. Faça uma avaliação cuidadosa de carros com alterações nas cores, plásticos fora do padrão no lugar de couro ou substituição de motores. Fique atento aos números de chassi e de motor que não combinem e dê preferência a carros que tenham o menor número possível de ex-proprietários.
Seja meticuloso em relação a detalhes. Não tolere nada que tenha sido maquiado. Embora você possa não se importar com a originalidade e a procedência, é quase certo que o próximo sujeito que for comprar seu carro irá se preocupar com isso. Não acredite que todos os vendedores e negociantes de carros são pessoas escrupulosas. Às vezes, carros desqualificados e pessoas desqualificadas andam juntos, clássicos ou não. Se você tem qualquer dúvida em relação à parte mecânica ou à carroceria, faça com que sua compra em potencial seja examinada por um especialista independente.
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Re: Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
Quase um manual. Muito bom (2).
Belo post! :D
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Bremen- Usuário Platina
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Re: Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
Muito bom mesmo...belo texto...serve pra mim como uma luva agora que estou a procura de uma 'estrela'...
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Re: Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
excelente texto.
enfatiza, entre muitos pontos,a importância substantiva do memorial de manutençao comprovado.
enfatiza, entre muitos pontos,a importância substantiva do memorial de manutençao comprovado.
moacyrspinola@uol.com.br- Desativado (Recadastramento - registro desatualizado)
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Re: Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
Continuação.....
O Quão Desejável:
Os valores dos carros antigos se determinam conforme a intensidade com que são desejados, o que depende de sua imagem e da nostalgia que evocam. Alguns carros, ainda que idênticos em formato de carroceria, podem ter preços muito diferentes. Um Jaguar 240, de 1968, é menos valioso e desejável do que um Jaguar Mk II. Por quê? O 240 tem o menor motor da série e um acabamento mais barato. O 240 tinha pára-choques estreitos demais e estofado de plástico, que não são tão nostálgicos como pára-choques com laminados largos e assentos de couro dos modelos pré-67.
Por que um E-Type 2+2 vale bem menos do que um E 3.8 Série I? O 2+2 foi projetado para quatro assentos e tem um aspecto deselegante, com a linha do teto mais alta e um pára-brisa mais inclinado. É menos veloz também. Os 3.8 mais antigos são românticos porque eram os mais leves, rápidos e puros de todos os E-Type, por isso são os mais procurados. O mesmo vale para os E-Type da Série II. Tinham faróis dianteiros descobertos e um conjunto de lanternas traseiras salientes, desfigurando as linhas suaves. Parece bobagem – não deixa de ser um E-Type -, mas um exemplar da Série II em bom estado valerá sempre menos do que um modelo em bom estado da Série I. Por que um Frogeye Sprite vale mais do que um MK II Sprite? Embora este último seja mais confortável, mais rápido e tenha um porta-malas que se abre, o Frogeye é o mais amado. A nostalgia vence de novo. O Frogeye tem um ar atrevido e é o Sprite mais antigo e puro, por isso se tornou um carro cultuado. E assim a coisa continua, de modo ilógico e irracional. E também nem sempre a idade é o fator decisivo. O último dos Jensen Interceptors, a Série III, vale mais do que os modelos da primeira Série I, simplesmente porque o carro posterior é mais rápido, mais bem construído e mais refinado. A menos que se saiba quais os modelos estão na moda e gozam de prestígio no mercado, pode-se facilmente superestimar um carro. Alguns carros têm o seu valor aumentado por causa de uma carroceria especial ou de fabricação limitada. Um Harrington Sunbeam Alpine vale 30% a mais do que um Alpine padrão por causa da raridade. Rolls-Royces e Bentleys são outro exemplo. Modelos fabricados manualmente ou que sofreram mudanças especiais na carroceria, como Hooper, James Young e Mulliner Park Ward, são mais desejados e por isso mais valiosos do que os carros em aço convencionais.
Equipamentos opcionais de fábrica podem elevar o valor de um carro antigo, ao passo que acessórios não originais podem até mesmo depreciar o seu valor. Considera-se que a direção hidráulica no Bentley da Série S e no Rolls-Royce Silver Clouds é essencial para o valor deles. Sem ela, esses carros podem sofrer uma desvalorização de até 20%
Uma caixa de marchas automática num MGB ou num Sunbeam Alpine, embora seja um equipamento opcional de fábrica, reduz o valor do carro porque descaracteriza o estilo esportivo e prejudica o desempenho. Rodas raiadas são acessório de época e muito procurados. São essenciais num MGC, mesmo sendo opcionais. Ar condicionado e interior em couro num Mercedes 350 SL, da década de 1970, elevam o preço em cerca de 30%. Mas coisas como retrovisores modernos, tetos solares de vidro, faroletes e rodas de liga metálica fora do padrão arruinam a originalidade e o charme de época do carro.
Leilões de Carros Clássicos
Ao longo dos últimos anos, os leilões de carros clássicos dominaram o mercado de carros antigos, tornando-se o modo mais comum para adquirí-los. Leilões, sejam para carros antigos ou modernos, são lugares perigosos. Não se pode dirigir o carro, inspecioná-lo em elevadores ou conversar com o vendedor. Às vezes, não se pode sequer ouvir o motor funcionando. Portanto, é enorme o risco de se comprar uma coisa que não é o que parece ser. Muitos pensam que os leilões de carros clássicos são o melhor lugar para se comprarem carros antigos – na verdade, são o pior. Comprar qualquer coisa num ambiente competitivo e emocional, sem o tempo e a oportunidade para tomar uma decisão equilibrada, é estar à beira do desastre. Acrescente a isso práticas dúbias como falsas reservas, lances forjados e um sistema que oculta o vendedor do comprador e começamos a questionar a popularidade dos leilões. Com frequência, é muito mais sensato e barato comprar de um particular ou de um negociante, dispondo de tempo para indagar, fazer uma inspeção meticulosa e dirigir o carro à temperatura de funcionamento. Não é coincidência o fato de que nos leilões os carros clássicos obtiveram alguns dos seus preços mais elevados O mais importante é lembrar que, a menos que o carro seja vendido com garantia, o que raramente acontece, seus direitos nos leilões são muito poucos[/justify][/justify].[/justify]
O Quão Desejável:
Os valores dos carros antigos se determinam conforme a intensidade com que são desejados, o que depende de sua imagem e da nostalgia que evocam. Alguns carros, ainda que idênticos em formato de carroceria, podem ter preços muito diferentes. Um Jaguar 240, de 1968, é menos valioso e desejável do que um Jaguar Mk II. Por quê? O 240 tem o menor motor da série e um acabamento mais barato. O 240 tinha pára-choques estreitos demais e estofado de plástico, que não são tão nostálgicos como pára-choques com laminados largos e assentos de couro dos modelos pré-67.
Por que um E-Type 2+2 vale bem menos do que um E 3.8 Série I? O 2+2 foi projetado para quatro assentos e tem um aspecto deselegante, com a linha do teto mais alta e um pára-brisa mais inclinado. É menos veloz também. Os 3.8 mais antigos são românticos porque eram os mais leves, rápidos e puros de todos os E-Type, por isso são os mais procurados. O mesmo vale para os E-Type da Série II. Tinham faróis dianteiros descobertos e um conjunto de lanternas traseiras salientes, desfigurando as linhas suaves. Parece bobagem – não deixa de ser um E-Type -, mas um exemplar da Série II em bom estado valerá sempre menos do que um modelo em bom estado da Série I. Por que um Frogeye Sprite vale mais do que um MK II Sprite? Embora este último seja mais confortável, mais rápido e tenha um porta-malas que se abre, o Frogeye é o mais amado. A nostalgia vence de novo. O Frogeye tem um ar atrevido e é o Sprite mais antigo e puro, por isso se tornou um carro cultuado. E assim a coisa continua, de modo ilógico e irracional. E também nem sempre a idade é o fator decisivo. O último dos Jensen Interceptors, a Série III, vale mais do que os modelos da primeira Série I, simplesmente porque o carro posterior é mais rápido, mais bem construído e mais refinado. A menos que se saiba quais os modelos estão na moda e gozam de prestígio no mercado, pode-se facilmente superestimar um carro. Alguns carros têm o seu valor aumentado por causa de uma carroceria especial ou de fabricação limitada. Um Harrington Sunbeam Alpine vale 30% a mais do que um Alpine padrão por causa da raridade. Rolls-Royces e Bentleys são outro exemplo. Modelos fabricados manualmente ou que sofreram mudanças especiais na carroceria, como Hooper, James Young e Mulliner Park Ward, são mais desejados e por isso mais valiosos do que os carros em aço convencionais.
Equipamentos opcionais de fábrica podem elevar o valor de um carro antigo, ao passo que acessórios não originais podem até mesmo depreciar o seu valor. Considera-se que a direção hidráulica no Bentley da Série S e no Rolls-Royce Silver Clouds é essencial para o valor deles. Sem ela, esses carros podem sofrer uma desvalorização de até 20%
Uma caixa de marchas automática num MGB ou num Sunbeam Alpine, embora seja um equipamento opcional de fábrica, reduz o valor do carro porque descaracteriza o estilo esportivo e prejudica o desempenho. Rodas raiadas são acessório de época e muito procurados. São essenciais num MGC, mesmo sendo opcionais. Ar condicionado e interior em couro num Mercedes 350 SL, da década de 1970, elevam o preço em cerca de 30%. Mas coisas como retrovisores modernos, tetos solares de vidro, faroletes e rodas de liga metálica fora do padrão arruinam a originalidade e o charme de época do carro.
Leilões de Carros Clássicos
Ao longo dos últimos anos, os leilões de carros clássicos dominaram o mercado de carros antigos, tornando-se o modo mais comum para adquirí-los. Leilões, sejam para carros antigos ou modernos, são lugares perigosos. Não se pode dirigir o carro, inspecioná-lo em elevadores ou conversar com o vendedor. Às vezes, não se pode sequer ouvir o motor funcionando. Portanto, é enorme o risco de se comprar uma coisa que não é o que parece ser. Muitos pensam que os leilões de carros clássicos são o melhor lugar para se comprarem carros antigos – na verdade, são o pior. Comprar qualquer coisa num ambiente competitivo e emocional, sem o tempo e a oportunidade para tomar uma decisão equilibrada, é estar à beira do desastre. Acrescente a isso práticas dúbias como falsas reservas, lances forjados e um sistema que oculta o vendedor do comprador e começamos a questionar a popularidade dos leilões. Com frequência, é muito mais sensato e barato comprar de um particular ou de um negociante, dispondo de tempo para indagar, fazer uma inspeção meticulosa e dirigir o carro à temperatura de funcionamento. Não é coincidência o fato de que nos leilões os carros clássicos obtiveram alguns dos seus preços mais elevados O mais importante é lembrar que, a menos que o carro seja vendido com garantia, o que raramente acontece, seus direitos nos leilões são muito poucos[/justify][/justify].[/justify]
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Re: Texto interessante sobre a aquisição de um clássico.
Carros com Atitude
Em outubro de 1973, surgiu uma revista britânica chamada Classic Cars, cujo título aliterativo viria a cunhar um termo genérico e necessário há muito tempo. Desde então, estes carros antigos com atitude passaram a ser carinhosamente conhecidos como clássicos, conferindo um novo nome a um hobby que em apenas dez anos iria crescer rapidamente, convertendo-se num negócio de muitos bilhões de libras. Por volta de 1982, o interesse por carros antigos teve um aumento surpreendente. O preço de um E-Type aumentou de mil libras para cerca de 5 mil libras, Dinos foram vendidos por 10 mil libras e os anúncios da Ferrari Lusso eram acompanhados pela frase agourenta: Preço em valorização. Os carros clássicos tinham se tornado acessórios de moda.
De uma hora para outra, os carros antigos passaram a ser alvo de uma glorificação compulsória. A demanda por carros clássicos se tornou tão grande que os custos foram parar nas alturas. Os aumentos de preço começaram de verdade em 1983, quando Ronald Reagam concedeu a população americana um corte nos impostos. Em poucos meses, os americanos começaram a ir para a Grã-Bretanha, esbanjando em carros “colecionáveis” a recém-obtida prosperidade e, ao mesmo tempo, acelerando uma inacreditável espiral de preços. Na Inglaterra, as taxas de juros haviam caído, o preço dos imóveis elevara-se de modo vertiginoso e os lucros corporativos estavam em ascensão. O órgão governamental encarregado de arrecadar impostos sequer havia sonhado em tributar o ganho de capital envolvido nos negócios com carros clássicos, por isso os especuladores oportunistas começaram a tomar conta. O capital de risco de experientes investidores se transferia aos borbotões dos mercados do mundo para os “carros de investimento”, diagramas de valorização eram traçados e grupos econômicos armazenavam carros antigos como vinhos requintados numa adega.
Em 1984, começaram a aparecer as primeiras manchetes em letras garrafais proclamando o preço mais alto já pago por um clássico.
A Sotheby´s vendeu o ex-Woolf Brenato “Trem Azul” Bentley Speed Six por uma quantia de cair o queixo, 246 mil libras – espantosa para a época, mas bem modesta se comparadas às quantias que seriam lançadas nos quatro anos seguintes. Negociantes abarrotavam as páginas da imprensa especializada alguns dos quais tinham constituído, sem fazer alarde, empresas grandes e lucrativas em carros clássicos anunciando “investimentos totalmente seguros” e “ativos em valorização”. - Empresas de restauração e fornecedores de peças prosperavam, associações de proprietários se expandiam e corridas com carros antigos se multiplicavam.
Trabalhar com carros antigos se convertera num grande negócio.
Tumulto no Mercado
Por volta de 1986, as coisas começaram a entrar em frenesi. Os preços aumentavam a cada mês impelidos por uma demanda aparentemente insaciável e uma oferta cada vez mais reduzida. Recordes em leilões eram estabelecidos e batidos no mesmo mês. Um American Duesenberg foi vendido pelo preço mágico de 1 milhão de dólares, tornando-se o valor mais alto já pago por um automóvel num leilão. Oito meses depois, um Bugatti Royale foi vendido por 6,5 milhões de dólares, trocando de proprietário apenas três meses depois por assombrosos 8,1 milhoes de dólares. A imprensa jogou ainda mais lenha na fogueira com comentários favoráveis e manchetes, e em 1987 a venda de um Bugatti Royale Kellner na Christie´s tirou a respiração do mercado, ao alcançar o valor absurdo de 5,5 milhões de libras. Com os notáveis Vintage ao alcance apenas dos multimilionários, repentinamente outros carros de menor categoria foram catapultados para o estrelato. Investidores procuravam com afinco outras fontes de ganho de capital e, segundo palavras da época, as Ferrari conseguiam o que fosse pedido, tão alto que chegaram seus preços. O Daytona, que poderia ter sido vendido por 4 mil libras em 1973, alcançou um preço mínimo de 190 mil libras em 1988. GTO´s e Testarossa 250 atingiram a marca do milhão e insistentes boatos davam conta de um 330 P4 vendido, numa transação particular, por mais de 5 milhões de libras. Até mesmo com a moderna Ferrari Testarossa – um carro recém-lançado com um preço de tabela de 90 mil libras – estava sendo anunciada a duzentas mil. Em seguida, o preço dos Aston Martin explodiu com DB5´s e DB6´s, elevando-se de 12 mil libras em 1987 para uma máximo de 70 mil em 1989. O efeito dominó puxou para cima os preços dos Maserati, que por sua vez fortaleceram os preços dos E-Type e assim por diante. No auge, em 1989, um E-Type 3.8, que já custar mil libras, atingiu a cotação de 40 mil.
Como desapareceu a oferta de carros clássicos baratos na Grã-Bretanha, o comércio se voltou para os Estados Unidos, África do Sul e Nova Zelândia como um rico filão de carros esporte da década de 1960 em bom estado.
Milhares de MG, TR e Jaguar com direção do lado esquerdo se infiltraram nos mercados mundiais – e algunas deles não estavam em tão bom estado. As páginas de classificados ficavam repletas de carros anunciados por proprietários e negociantes em busca de lucro. Toda semana havia leilões de carros clássicos e cada vez mais revistas especializadas abarrotavam as bancas de jornais.
Em outubro de 1973, surgiu uma revista britânica chamada Classic Cars, cujo título aliterativo viria a cunhar um termo genérico e necessário há muito tempo. Desde então, estes carros antigos com atitude passaram a ser carinhosamente conhecidos como clássicos, conferindo um novo nome a um hobby que em apenas dez anos iria crescer rapidamente, convertendo-se num negócio de muitos bilhões de libras. Por volta de 1982, o interesse por carros antigos teve um aumento surpreendente. O preço de um E-Type aumentou de mil libras para cerca de 5 mil libras, Dinos foram vendidos por 10 mil libras e os anúncios da Ferrari Lusso eram acompanhados pela frase agourenta: Preço em valorização. Os carros clássicos tinham se tornado acessórios de moda.
De uma hora para outra, os carros antigos passaram a ser alvo de uma glorificação compulsória. A demanda por carros clássicos se tornou tão grande que os custos foram parar nas alturas. Os aumentos de preço começaram de verdade em 1983, quando Ronald Reagam concedeu a população americana um corte nos impostos. Em poucos meses, os americanos começaram a ir para a Grã-Bretanha, esbanjando em carros “colecionáveis” a recém-obtida prosperidade e, ao mesmo tempo, acelerando uma inacreditável espiral de preços. Na Inglaterra, as taxas de juros haviam caído, o preço dos imóveis elevara-se de modo vertiginoso e os lucros corporativos estavam em ascensão. O órgão governamental encarregado de arrecadar impostos sequer havia sonhado em tributar o ganho de capital envolvido nos negócios com carros clássicos, por isso os especuladores oportunistas começaram a tomar conta. O capital de risco de experientes investidores se transferia aos borbotões dos mercados do mundo para os “carros de investimento”, diagramas de valorização eram traçados e grupos econômicos armazenavam carros antigos como vinhos requintados numa adega.
Em 1984, começaram a aparecer as primeiras manchetes em letras garrafais proclamando o preço mais alto já pago por um clássico.
A Sotheby´s vendeu o ex-Woolf Brenato “Trem Azul” Bentley Speed Six por uma quantia de cair o queixo, 246 mil libras – espantosa para a época, mas bem modesta se comparadas às quantias que seriam lançadas nos quatro anos seguintes. Negociantes abarrotavam as páginas da imprensa especializada alguns dos quais tinham constituído, sem fazer alarde, empresas grandes e lucrativas em carros clássicos anunciando “investimentos totalmente seguros” e “ativos em valorização”. - Empresas de restauração e fornecedores de peças prosperavam, associações de proprietários se expandiam e corridas com carros antigos se multiplicavam.
Trabalhar com carros antigos se convertera num grande negócio.
Tumulto no Mercado
Por volta de 1986, as coisas começaram a entrar em frenesi. Os preços aumentavam a cada mês impelidos por uma demanda aparentemente insaciável e uma oferta cada vez mais reduzida. Recordes em leilões eram estabelecidos e batidos no mesmo mês. Um American Duesenberg foi vendido pelo preço mágico de 1 milhão de dólares, tornando-se o valor mais alto já pago por um automóvel num leilão. Oito meses depois, um Bugatti Royale foi vendido por 6,5 milhões de dólares, trocando de proprietário apenas três meses depois por assombrosos 8,1 milhoes de dólares. A imprensa jogou ainda mais lenha na fogueira com comentários favoráveis e manchetes, e em 1987 a venda de um Bugatti Royale Kellner na Christie´s tirou a respiração do mercado, ao alcançar o valor absurdo de 5,5 milhões de libras. Com os notáveis Vintage ao alcance apenas dos multimilionários, repentinamente outros carros de menor categoria foram catapultados para o estrelato. Investidores procuravam com afinco outras fontes de ganho de capital e, segundo palavras da época, as Ferrari conseguiam o que fosse pedido, tão alto que chegaram seus preços. O Daytona, que poderia ter sido vendido por 4 mil libras em 1973, alcançou um preço mínimo de 190 mil libras em 1988. GTO´s e Testarossa 250 atingiram a marca do milhão e insistentes boatos davam conta de um 330 P4 vendido, numa transação particular, por mais de 5 milhões de libras. Até mesmo com a moderna Ferrari Testarossa – um carro recém-lançado com um preço de tabela de 90 mil libras – estava sendo anunciada a duzentas mil. Em seguida, o preço dos Aston Martin explodiu com DB5´s e DB6´s, elevando-se de 12 mil libras em 1987 para uma máximo de 70 mil em 1989. O efeito dominó puxou para cima os preços dos Maserati, que por sua vez fortaleceram os preços dos E-Type e assim por diante. No auge, em 1989, um E-Type 3.8, que já custar mil libras, atingiu a cotação de 40 mil.
Como desapareceu a oferta de carros clássicos baratos na Grã-Bretanha, o comércio se voltou para os Estados Unidos, África do Sul e Nova Zelândia como um rico filão de carros esporte da década de 1960 em bom estado.
Milhares de MG, TR e Jaguar com direção do lado esquerdo se infiltraram nos mercados mundiais – e algunas deles não estavam em tão bom estado. As páginas de classificados ficavam repletas de carros anunciados por proprietários e negociantes em busca de lucro. Toda semana havia leilões de carros clássicos e cada vez mais revistas especializadas abarrotavam as bancas de jornais.
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