Reportagem Smart - Revista exame
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Reportagem Smart - Revista exame
Só sobrou o nanico
Em meio a uma queda abrupta das vendas de ônibus e caminhões, a subsidiária brasileira da Mercedes-Benz tenta frear as perdas com o lançamento do pequeno Smart
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Germano Lüders
Philipp Schiemer, da Mercedes-Benz: uma empresa dividida entre dois mundos
Um contraste curioso pode ser visto nos últimos dias no pátio da Mercedes-Benz, a maior montadora de veículos comerciais do Brasil, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Em meio a centenas de caminhões e ônibus estacionados, alguns carrinhos minúsculos que volta e meia circulam pela área chamam a atenção. Trata-se do Smart Fortwo, um dos menores veículos de passeio do mundo, com espaço para apenas duas pessoas e um par de mochilas no que seria o banco de trás. Colocado perto da carreta da foto acima, que transporta até 74 toneladas, o carrinho praticamente desaparece, com seus 2,69 metros de comprimento - 1 metro menos que o Uno Mille. Apesar de nanico, o Smart Fortwo é tratado como a maior aposta dos executivos da Mercedes-Benz neste ano. Presente em 37 países, o modelo começou a ser vendido no Brasil em abril. Depois de ver as vendas de ônibus e caminhões caírem 30% no mercado interno e 50% no caso das exportações no primeiro trimestre, o negócio de automóveis da montadora - do qual o Smart é o mais novo representante - se tornou o único capaz de animar os reservados executivos alemães que comandam a subsidiária brasileira da companhia. "Apesar do momento complicado, estamos otimistas com o novo lançamento", diz Philipp Schiemer, vice-presidente de vendas da Mercedes-Benz do Brasil.
Nas palavras de seus próprios executivos, a Mercedes-Benz no Brasil vive dois mundos distintos. Num deles, a montadora experimenta uma queda inesperada e, no outro, uma ascensão inédita. O negócio de caminhões e ônibus, que sempre foi a força-motriz da companhia e chegou a crescer 16% ao longo de 2008, caiu abruptamente nos últimos meses - a ponto de forçar a montadora a conceder licença remunerada a 1 200 funcionários e a iniciar um programa de demissão voluntária na segunda quinzena de abril. Enquanto isso, a venda de automóveis, que nunca passou de uma coadjuvante nos negócios da Mercedes-Benz no país, com menos de um décimo das vendas de 13,6 bilhões de reais em 2008, bate recorde. No primeiro trimestre de 2009, a montadora vendeu 1 048 carros - 78% mais do que no mesmo período do ano anterior. A Mercedes-Benz cresceu quase 50 pontos percentuais acima da média do mercado de carros de luxo no país, principalmente devido a dois lançamentos ocorridos em fevereiro deste ano: o cupê CLC e o utilitário esportivo GLK, que custam cerca de 20% menos do que outros modelos da mesma categoria. Com a ajuda do Smart, a montadora prevê vender cerca de 5 000 carros neste ano no Brasil - aumento de quase 60% em relação a 2008. "O Smart marca a chegada ao Brasil de um conceito de carros menores, adaptados a grandes centros urbanos, que há dez anos faz sucesso na Europa", diz Dario Gaspar, sócio da consultoria ATKearney.
É claro que apenas o lançamento do Smart, ou mesmo o bom desempenho de todos os automóveis que vende no país, não poderá salvar o ano da Mercedes-Benz no Brasil. O Smart custa entre 57 900 e 64 900 reais - um caminhão como o que ilustra esta reportagem pode custar quase sete vezes mais. Ainda assim, o passo de lançar o novo modelo tem importância simbólica, sobretudo porque representa uma segunda chance para a Mercedes-Benz embarcar num segmento de carros mais "baratos" - os outros 20 modelos vendidos pela empresa no país, todos eles importados da Alemanha e dos Estados Unidos, têm preços entre 97 000 e 400 000 reais.
Sua primeira tentativa de lançar um modelo numa faixa de preço mais baixa - com o monovolume Classe A - foi um fiasco. Lançado com estardalhaço em 1999, o modelo nunca compensou o investimento de 820 milhões de dólares feito apenas na construção de uma linha de montagem em Juiz de Fora, em Minas Gerais. A Mercedes-Benz chegou a vender mais de 5 000 carros por ano, mas não conseguiu bancar os altos custos da linha de montagem, encerrada em 2005. A principal lição do fracasso do Classe A incorporada ao lançamento do Smart foi desconsiderar, desde o início do planejamento, a possibilidade da produção local. Todas as unidades vendidas neste ano - a expectativa da empresa é que sejam 500 carros - serão importadas da França. "O projeto do Classe A foi muito ambicioso e tinha custos iniciais muito altos, que nunca se pagaram. Não poderíamos repetir esse erro", diz Schiemer, que participou do lançamento à época. Uma vez tomada essa decisão, o custo do lançamento do Smart foi drasticamente reduzido. Segundo a montadora, os investimentos chegam a 5 milhões de reais, a maior parte para campanhas publicitárias que passarão a ser divulgadas a partir de maio.
A experiência com o Classe A também foi decisiva para que a Mercedes-Benz pensasse num sistema de vendas diferente para o Smart. Em vez de comercializá-lo em sua rede de 32 concessionários junto com os modelos de luxo, como acontecia com o Classe A, a montadora está convencendo os parceiros a abrir lojas próprias. É a mesma tática utilizada no mercado europeu desde que carro foi lançado, em 1998. O logotipo da montadora alemã, aliás, não aparece num só parafuso do modelo. O objetivo é apresentar o Smart ao mercado com personalidade própria. "A Mercedes é luxuosa, elegante", diz Schiemer. "Já o Smart é alegre e descontraído." Inicialmente, a ideia era lançar o carrinho simultaneamente em seis capitais - São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. Com a chegada da crise, porém, o planejamento foi revisto. Por enquanto, apenas dois concessionários foram selecionados, depois de uma disputa entre os cinco revendedores da Mercedes-Benz em São Paulo. Um deles já abriu uma unidade, na zona oeste da cidade, e o outro deve começar as atividades em agosto, na mesma região da cidade. A previsão é iniciar a expansão nas demais cidades já mapeadas apenas em 2010. "Essa estratégia mais tímida ajuda a diminuir o risco do lançamento do produto em um momento de turbulência", diz o consultor Gaspar, da ATKearney.
Por enquanto, nem a crise nem o preço do Smart afastaram os consumidores da concessionária. Em 18 dias foram comercializadas 130 unidades e a fila de espera já chegou a 60 dias para a versão mais requisitada - a vermelha conversível. Apesar disso, os executivos da Mercedes-Benz preferem manter a cautela. "Passada a euforia inicial, as vendas podem demorar a decolar. Vamos conseguir fazer a primeira avaliação apenas no final do ano", diz Schiemer. E então se verá se o 2009 da Mercedes-Benz no Brasil será, de fato, salvo pelo menor carro do mundo.
Revista Exame 30/04/09
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Em meio a uma queda abrupta das vendas de ônibus e caminhões, a subsidiária brasileira da Mercedes-Benz tenta frear as perdas com o lançamento do pequeno Smart
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Germano Lüders
Philipp Schiemer, da Mercedes-Benz: uma empresa dividida entre dois mundos
Um contraste curioso pode ser visto nos últimos dias no pátio da Mercedes-Benz, a maior montadora de veículos comerciais do Brasil, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Em meio a centenas de caminhões e ônibus estacionados, alguns carrinhos minúsculos que volta e meia circulam pela área chamam a atenção. Trata-se do Smart Fortwo, um dos menores veículos de passeio do mundo, com espaço para apenas duas pessoas e um par de mochilas no que seria o banco de trás. Colocado perto da carreta da foto acima, que transporta até 74 toneladas, o carrinho praticamente desaparece, com seus 2,69 metros de comprimento - 1 metro menos que o Uno Mille. Apesar de nanico, o Smart Fortwo é tratado como a maior aposta dos executivos da Mercedes-Benz neste ano. Presente em 37 países, o modelo começou a ser vendido no Brasil em abril. Depois de ver as vendas de ônibus e caminhões caírem 30% no mercado interno e 50% no caso das exportações no primeiro trimestre, o negócio de automóveis da montadora - do qual o Smart é o mais novo representante - se tornou o único capaz de animar os reservados executivos alemães que comandam a subsidiária brasileira da companhia. "Apesar do momento complicado, estamos otimistas com o novo lançamento", diz Philipp Schiemer, vice-presidente de vendas da Mercedes-Benz do Brasil.
Nas palavras de seus próprios executivos, a Mercedes-Benz no Brasil vive dois mundos distintos. Num deles, a montadora experimenta uma queda inesperada e, no outro, uma ascensão inédita. O negócio de caminhões e ônibus, que sempre foi a força-motriz da companhia e chegou a crescer 16% ao longo de 2008, caiu abruptamente nos últimos meses - a ponto de forçar a montadora a conceder licença remunerada a 1 200 funcionários e a iniciar um programa de demissão voluntária na segunda quinzena de abril. Enquanto isso, a venda de automóveis, que nunca passou de uma coadjuvante nos negócios da Mercedes-Benz no país, com menos de um décimo das vendas de 13,6 bilhões de reais em 2008, bate recorde. No primeiro trimestre de 2009, a montadora vendeu 1 048 carros - 78% mais do que no mesmo período do ano anterior. A Mercedes-Benz cresceu quase 50 pontos percentuais acima da média do mercado de carros de luxo no país, principalmente devido a dois lançamentos ocorridos em fevereiro deste ano: o cupê CLC e o utilitário esportivo GLK, que custam cerca de 20% menos do que outros modelos da mesma categoria. Com a ajuda do Smart, a montadora prevê vender cerca de 5 000 carros neste ano no Brasil - aumento de quase 60% em relação a 2008. "O Smart marca a chegada ao Brasil de um conceito de carros menores, adaptados a grandes centros urbanos, que há dez anos faz sucesso na Europa", diz Dario Gaspar, sócio da consultoria ATKearney.
É claro que apenas o lançamento do Smart, ou mesmo o bom desempenho de todos os automóveis que vende no país, não poderá salvar o ano da Mercedes-Benz no Brasil. O Smart custa entre 57 900 e 64 900 reais - um caminhão como o que ilustra esta reportagem pode custar quase sete vezes mais. Ainda assim, o passo de lançar o novo modelo tem importância simbólica, sobretudo porque representa uma segunda chance para a Mercedes-Benz embarcar num segmento de carros mais "baratos" - os outros 20 modelos vendidos pela empresa no país, todos eles importados da Alemanha e dos Estados Unidos, têm preços entre 97 000 e 400 000 reais.
Sua primeira tentativa de lançar um modelo numa faixa de preço mais baixa - com o monovolume Classe A - foi um fiasco. Lançado com estardalhaço em 1999, o modelo nunca compensou o investimento de 820 milhões de dólares feito apenas na construção de uma linha de montagem em Juiz de Fora, em Minas Gerais. A Mercedes-Benz chegou a vender mais de 5 000 carros por ano, mas não conseguiu bancar os altos custos da linha de montagem, encerrada em 2005. A principal lição do fracasso do Classe A incorporada ao lançamento do Smart foi desconsiderar, desde o início do planejamento, a possibilidade da produção local. Todas as unidades vendidas neste ano - a expectativa da empresa é que sejam 500 carros - serão importadas da França. "O projeto do Classe A foi muito ambicioso e tinha custos iniciais muito altos, que nunca se pagaram. Não poderíamos repetir esse erro", diz Schiemer, que participou do lançamento à época. Uma vez tomada essa decisão, o custo do lançamento do Smart foi drasticamente reduzido. Segundo a montadora, os investimentos chegam a 5 milhões de reais, a maior parte para campanhas publicitárias que passarão a ser divulgadas a partir de maio.
A experiência com o Classe A também foi decisiva para que a Mercedes-Benz pensasse num sistema de vendas diferente para o Smart. Em vez de comercializá-lo em sua rede de 32 concessionários junto com os modelos de luxo, como acontecia com o Classe A, a montadora está convencendo os parceiros a abrir lojas próprias. É a mesma tática utilizada no mercado europeu desde que carro foi lançado, em 1998. O logotipo da montadora alemã, aliás, não aparece num só parafuso do modelo. O objetivo é apresentar o Smart ao mercado com personalidade própria. "A Mercedes é luxuosa, elegante", diz Schiemer. "Já o Smart é alegre e descontraído." Inicialmente, a ideia era lançar o carrinho simultaneamente em seis capitais - São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. Com a chegada da crise, porém, o planejamento foi revisto. Por enquanto, apenas dois concessionários foram selecionados, depois de uma disputa entre os cinco revendedores da Mercedes-Benz em São Paulo. Um deles já abriu uma unidade, na zona oeste da cidade, e o outro deve começar as atividades em agosto, na mesma região da cidade. A previsão é iniciar a expansão nas demais cidades já mapeadas apenas em 2010. "Essa estratégia mais tímida ajuda a diminuir o risco do lançamento do produto em um momento de turbulência", diz o consultor Gaspar, da ATKearney.
Por enquanto, nem a crise nem o preço do Smart afastaram os consumidores da concessionária. Em 18 dias foram comercializadas 130 unidades e a fila de espera já chegou a 60 dias para a versão mais requisitada - a vermelha conversível. Apesar disso, os executivos da Mercedes-Benz preferem manter a cautela. "Passada a euforia inicial, as vendas podem demorar a decolar. Vamos conseguir fazer a primeira avaliação apenas no final do ano", diz Schiemer. E então se verá se o 2009 da Mercedes-Benz no Brasil será, de fato, salvo pelo menor carro do mundo.
Revista Exame 30/04/09
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walter paiva- Desativado (Recadastramento - registro desatualizado)
- Número de mensagens : 1785
Data de inscrição : 02/08/2008
Interesses : b
Sexo : País :
Advertências :
Re: Reportagem Smart - Revista exame
O motivo da marca MB não aparecer em nenhum parafuso é que se aparecer o parafuso vai ter que vir do mesmo lugar dos outros e ai o preço sobe.
Só assim eles podem ter o Smart com preço competitivo.
Só assim eles podem ter o Smart com preço competitivo.
Andre Buss- Usuário Platina
- Número de mensagens : 5697
Data de inscrição : 26/11/2007
Interesses : Mercedes-Benz
Sexo : País :
Advertências :
Re: Reportagem Smart - Revista exame
Andre nesse caso trata-se de um Mercedes Benz falso, visto que as peças não tem a mesma qualidade?
Convidad- Convidado
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