Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
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Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
http://www.noticiasautomotivas.com.br/a-reducao-embutida-nas-caixas-de-transmissao/
Muitos veículos 4×4 utilizam uma caixa de redução de duas velocidades para ganhar força extra no fora de estrada e superar os obstáculos. No entanto, tal dispositivo gera um custo adicional que encareceria boa parte dos modelos. Mais recentemente, carros mais modernos passaram a necessitar de redução de marcha para poder enfrentar melhor o fora de estrada.
Mas como substituir a tradicional caixa de redução por um dispositivo mais barato? A solução surgiu com a chamada “redução embutida”, que consiste em tornar a primeira marcha na própria reduzida, utilizando para isso uma relação de multiplicação muito elevada, que a deixa tão curta a ponto de oferecer a força extra necessária para situações mais difíceis.
No Brasil, o jipe Engesa-4, por exemplo, dispunha desse sistema, em que sua primeira marcha tinha redução de 6,33:1 enquanto a segunda marcha oferecia relação de 3,60:1. Por isso, o veículo geralmente saía em segunda, enquanto a primeira era usada apenas em casos extremos, que exigiam mais poder de tração. Atualmente, o jipe Agrale Marruá se beneficia desse artifício. Mas não é somente ele.
Veículos de carga e micro-ônibus também utilizam a primeira marcha para extrair força adicional, tendo entre 80% e 100% de redução em comparação com a segunda marcha. Mas, ônibus maiores, por exemplo, podem dispor de sistemas que impeçam o motorista de sair em segunda marcha, justamente porque a primeira não é reduzida como em veículos menores.
Polêmica do Mercedes
A redução embutida já existia há muito tempo no Brasil quando uma polêmica em torno dela surgiu com o lançamento de um utilitário esportivo de luxo, importado da Alemanha. Em junho de 2008, a Mercedes-Benz lançou no país o primeiro SUV de luxo com motor diesel, o ML320 CDI.
O utilitário esportivo chegava com motor diesel V6 3.0 de 224 cv a 3.800 rpm e 52 kgfm entre 1.600 e 2.800 rpm. Ele dispunha de uma caixa automática de sete velocidades, a 7G-Tronic, tendo ainda tração permanente nas quatro rodas. Mas, mesmo tendo recursos como um controle de descida, por exemplo, não dispunha de uma caixa de redução ou sistema semelhante.
O problema é que a lei que regula a comercialização de veículos diesel no Brasil, a Portaria 23/94 do Denatran, determina que é proibida a comercialização de veículos movidos pelo óleo combustível com capacidade de carga inferior a 1.000 kg. Mas, como todos nós sabemos bem, os jipes e utilitários 4×4 não se encaixam nessa descrição.
É aí que a lei abre uma brecha para este segmento, “excetuam-se do disposto no caput deste artigo os veículos automotores denominados, jipes, com tração nas quatro rodas, caixa de mudança múltipla e redutor”. Na época, a Mercedes-Benz conseguiu a homologação necessária para vender seu ML320 CDI sem a caixa redutora.
A portaria – através da circular DI362081 – ainda determina os ângulos mínimos de ataque (25°) e saída (20°) em tais veículos. Mas, de volta ao sistema de redução, a Mercedes-Benz argumentou na época que a capacidade de tração com a primeira reduzida – 4,377:1 em comparação com 2,859:1 da segunda – era a mesma de um veículo dotado da caixa de redução. A Portaria de 94 é oriunda da primeira, criada em 1976, quando a Crise do Petróleo atingiu o Brasil, que impediu a venda de carros diesel.
Desde o ML320 CDI, vários modelos de utilitários esportivos diesel foram introduzidos no Brasil com a primeira bem reduzida, utilizada apenas em condições mais exigentes. Atualmente, a tecnologia permite que um veículo 4×4 tenha capacidade de tração igual ou superior àquele que dispõe da velha caixa múltipla com redução.
Muitos veículos 4×4 utilizam uma caixa de redução de duas velocidades para ganhar força extra no fora de estrada e superar os obstáculos. No entanto, tal dispositivo gera um custo adicional que encareceria boa parte dos modelos. Mais recentemente, carros mais modernos passaram a necessitar de redução de marcha para poder enfrentar melhor o fora de estrada.
Mas como substituir a tradicional caixa de redução por um dispositivo mais barato? A solução surgiu com a chamada “redução embutida”, que consiste em tornar a primeira marcha na própria reduzida, utilizando para isso uma relação de multiplicação muito elevada, que a deixa tão curta a ponto de oferecer a força extra necessária para situações mais difíceis.
No Brasil, o jipe Engesa-4, por exemplo, dispunha desse sistema, em que sua primeira marcha tinha redução de 6,33:1 enquanto a segunda marcha oferecia relação de 3,60:1. Por isso, o veículo geralmente saía em segunda, enquanto a primeira era usada apenas em casos extremos, que exigiam mais poder de tração. Atualmente, o jipe Agrale Marruá se beneficia desse artifício. Mas não é somente ele.
Veículos de carga e micro-ônibus também utilizam a primeira marcha para extrair força adicional, tendo entre 80% e 100% de redução em comparação com a segunda marcha. Mas, ônibus maiores, por exemplo, podem dispor de sistemas que impeçam o motorista de sair em segunda marcha, justamente porque a primeira não é reduzida como em veículos menores.
Polêmica do Mercedes
A redução embutida já existia há muito tempo no Brasil quando uma polêmica em torno dela surgiu com o lançamento de um utilitário esportivo de luxo, importado da Alemanha. Em junho de 2008, a Mercedes-Benz lançou no país o primeiro SUV de luxo com motor diesel, o ML320 CDI.
O utilitário esportivo chegava com motor diesel V6 3.0 de 224 cv a 3.800 rpm e 52 kgfm entre 1.600 e 2.800 rpm. Ele dispunha de uma caixa automática de sete velocidades, a 7G-Tronic, tendo ainda tração permanente nas quatro rodas. Mas, mesmo tendo recursos como um controle de descida, por exemplo, não dispunha de uma caixa de redução ou sistema semelhante.
O problema é que a lei que regula a comercialização de veículos diesel no Brasil, a Portaria 23/94 do Denatran, determina que é proibida a comercialização de veículos movidos pelo óleo combustível com capacidade de carga inferior a 1.000 kg. Mas, como todos nós sabemos bem, os jipes e utilitários 4×4 não se encaixam nessa descrição.
É aí que a lei abre uma brecha para este segmento, “excetuam-se do disposto no caput deste artigo os veículos automotores denominados, jipes, com tração nas quatro rodas, caixa de mudança múltipla e redutor”. Na época, a Mercedes-Benz conseguiu a homologação necessária para vender seu ML320 CDI sem a caixa redutora.
A portaria – através da circular DI362081 – ainda determina os ângulos mínimos de ataque (25°) e saída (20°) em tais veículos. Mas, de volta ao sistema de redução, a Mercedes-Benz argumentou na época que a capacidade de tração com a primeira reduzida – 4,377:1 em comparação com 2,859:1 da segunda – era a mesma de um veículo dotado da caixa de redução. A Portaria de 94 é oriunda da primeira, criada em 1976, quando a Crise do Petróleo atingiu o Brasil, que impediu a venda de carros diesel.
Desde o ML320 CDI, vários modelos de utilitários esportivos diesel foram introduzidos no Brasil com a primeira bem reduzida, utilizada apenas em condições mais exigentes. Atualmente, a tecnologia permite que um veículo 4×4 tenha capacidade de tração igual ou superior àquele que dispõe da velha caixa múltipla com redução.
Krycek- Usuário Platina
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
Boa Krycek...
Belo post...não fazia ideia dessa "ladainha" toda...bem tupiniquim mesmo...
forte abs.
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forte abs.
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
Tudo para proteger "nosso" pró-alcool, e a inflação do frete e das passagens...
Krycek- Usuário Platina
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
Pois eh...tem sempre um jabbahzinho pra algum grupo aqui neh...
Tem jeito não...sempre os "amigos do rei"...nunca é o mercado que dita as regras...
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
E o alcool a R$ 3,29 em Porto Alegre....
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
Esta "permissão" do Denatran ainda gera polêmica até hoje e continua abrindo caminho para outras montadoras como a Chrysller com Jeep Renegade que não tem a tal "tradicional" reduzida que sustenta "políticamente" a proibição, até mesmo conversão para diesel de utilitários a gasolina que dispõe de reduzida, o argumento da Mercedes na verdade é que a 722.9 tem uma primeira relação tão curtíssima que faz o papel da reduzida apoiada nos ajustes eletrônicos que controlam a força transferida para as rodas, ou seja se faz o papel não seria em tese uma reduzida aos moldes tradicionais, na prática a política protecionista se apóia em argumentos estacionados no tempo ao largo da evolução e novas tecnologias, mesma linha da recente polêmica da proibição de 4o. eixo carretas x bitrem x estradas que não aguentam peso, faróis acesos à luz do dia para viajar num país tropical e etc.
Convidado 9- Usuário Platina
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
Boa noite
Apenas completando o excelente post do Confrade Krycek, gostaria de expor o seguinte:
1) A primeira (e segunda marcha) reduzida é um recurso bem antigo. Os Jipes da 2a Guerra Mundial utilizavam este recurso. Caixas reduzidas apareceram somente bem mais tarde na indústria automobilística.
2) Os Toyotas Bandeirantes anteriores a 1981, que são veículos com motor Mercedes a Diesel, usavam este recurso de primeira marcha curta. Somente a parir de 81 foi que a Bandeirante ganhou uma reduzida.
3) Embora seja um recurso interessante, uma primeira reduzida não tem o mesmo efeito de uma caixa reduzida. Dirija uma SW4 das antigas, fabricadas até o anos 2002, com câmbio manual. Embora tenha menos da metade da potência de uma ML, a sensação é de que você está pilotando uma locomotiva a 20 por hora, capaz de rebocar o mundo, quando você está com a reduzida engatada.
4) Na Europa a Mercedes oferece um Kit Offroad para a ML: consiste em relação reduzida, bloqueio de diferencial central e de diferencial traseiro. Para se optar por este Kit, o cliente tem que comprar também o AirMatic, que é a suspensão a AR, que permite regular a altura do veículo. Isto transforma a ML em um senhor veículo OFF Rod, faltando apenas um Snorkel para fechar com chave de ouro. Mas desconfio que foi pelo fato de exigir o (caro) AirMatic que a Mercedes optou por dar um jeitinho.
5) Embora não citado pelo Confrade Krycek, a tal resolução exige também que o Jipe tenha guincho ou tenha preparação para receber um. Desconheço como o pessoal da Mercedes provou para o órgão fiscalizador que a ML tem lugar para instalar um guincho - será que é no teto solar? :giggle:
Cordialmente,
Raposo
Apenas completando o excelente post do Confrade Krycek, gostaria de expor o seguinte:
1) A primeira (e segunda marcha) reduzida é um recurso bem antigo. Os Jipes da 2a Guerra Mundial utilizavam este recurso. Caixas reduzidas apareceram somente bem mais tarde na indústria automobilística.
2) Os Toyotas Bandeirantes anteriores a 1981, que são veículos com motor Mercedes a Diesel, usavam este recurso de primeira marcha curta. Somente a parir de 81 foi que a Bandeirante ganhou uma reduzida.
3) Embora seja um recurso interessante, uma primeira reduzida não tem o mesmo efeito de uma caixa reduzida. Dirija uma SW4 das antigas, fabricadas até o anos 2002, com câmbio manual. Embora tenha menos da metade da potência de uma ML, a sensação é de que você está pilotando uma locomotiva a 20 por hora, capaz de rebocar o mundo, quando você está com a reduzida engatada.
4) Na Europa a Mercedes oferece um Kit Offroad para a ML: consiste em relação reduzida, bloqueio de diferencial central e de diferencial traseiro. Para se optar por este Kit, o cliente tem que comprar também o AirMatic, que é a suspensão a AR, que permite regular a altura do veículo. Isto transforma a ML em um senhor veículo OFF Rod, faltando apenas um Snorkel para fechar com chave de ouro. Mas desconfio que foi pelo fato de exigir o (caro) AirMatic que a Mercedes optou por dar um jeitinho.
5) Embora não citado pelo Confrade Krycek, a tal resolução exige também que o Jipe tenha guincho ou tenha preparação para receber um. Desconheço como o pessoal da Mercedes provou para o órgão fiscalizador que a ML tem lugar para instalar um guincho - será que é no teto solar? :giggle:
Cordialmente,
Raposo
MRaposo- Usuário Prata
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Re: Critérios brasileiros para veículos diesel 4x4 e a ML
Eu só posso agradecer a Mercedes por ter conseguido trazer a ML com motor a diesel.
Apesar de não ser um off-road autêntico, ahhhhh... que delícia...
Obrigado aos confrades pelas doses cavalares de boas explicações!
Apesar de não ser um off-road autêntico, ahhhhh... que delícia...
Obrigado aos confrades pelas doses cavalares de boas explicações!
chansen- Usuário Bronze
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