Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
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Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
A Mercedes-Benz não está nada satisfeita com a atual situação do mercado e políticas do governo. A montadora germânica eleva o tom e critica o cenário nacional. Com queda de 40% no segmento de caminhões e fim de incentivos, a empresa cortou 500 funcionários em maio e está com 2.000 sem função.
Para a matriz alemã, o Brasil é visto com desconfiança e neste momento não há previsão de cortes de investimentos. No ano que vem, a Mercedes-Benz começa a operar uma nova fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo. O mercado de luxo não foi afetado pela crise, o que é um alento para a empresa.
No entanto, a situação nos veículos comerciais não está nada fácil e a montadora – que rivaliza com a MAN-Volkswagen – vê o cenário piorar cada vez mais. De janeiro a maio, as vendas de caminhões caíram 44%, enquanto os ônibus tiveram queda de 27%. A Mercedes-Benz e outras investiram pesado no Brasil nos últimos anos e a capacidade instalada excede em muito a demanda atual.
A empresa já demitiu 500 esse ano e outros 2.000 estão sem função, mas a direção já concedeu férias coletivas e negocia uma solução com o sindicato. No entanto, a Mercedes-Benz pode demitir mais gente nas próximas semanas se um novo acordo sindical não for fechado.
Atualmente a Mercedes-Benz conta com cerca de 11 mil funcionários e possui fábricas em Minas Gerais e São Paulo. Apesar de estar com um quadro elevado há algum tempo, a montadora culpa a crise como responsável pela maioria das demissões nos dois últimos anos.
No período, a queda nas vendas foi de 50% e o mercado de caminhões foi duramente afetado por causa do retrocesso econômico. Com clima de desconfiança, os empresários reduzem investimentos. O caminhão, principal veículo para o transporte de cargas no país, é o primeiro a ser cortado.
Adquirido com financiamento, o caminhão sofreu bastante com o fim dos subsídios que mantinham os juros baixos, afetando as vendas diretamente. O motivo do corte do governo é o ajuste fiscal, que acaba atingindo o mercado e a economia como um todo.
[Fonte: Folha]
Krycek- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Nosso país,sempre perdendo o bonde da história.
S. Augusto da Silva- Usuário Ouro
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S. Augusto da Silva- Usuário Ouro
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Krycek- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Reuthmann- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
O governo prefere manter o IPI cheio e com isso os fabricantes não vendem nada, ou seja, 100% de zero = zero.
Melhor manter a política de incentivo no IPI pois, havendo venda, faturava-se muito mais nos demais impostos.
Lbeims- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Contrariando o discurso morno de presidentes de multinacionais, o alemão Phillipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil, não mede palavras para falar de sua desilusão com o país e com o governo Dilma.
"O país perdeu a previsibilidade com as mudanças nas premissas da política econômica. Voltamos uns 20 anos no tempo", disse Schiemer à Folha. "O PSDB vota contra suas crenças e o PT também. Você acha que alguém vai se arriscar a investir?".
O pessimismo do executivo –que já está em sua terceira temporada no Brasil– é explicado pela queda de mais de 40% na venda de caminhões e pelo fim dos subsídios do governo para o setor automotivo.
"É a pior crise dos últimos anos: volume caindo, preço estável e custos aumentando. Estou sendo espremido de todos os lados", disse Schiemer, que cortou 500 vagas no mês passado e diz que tem mais 2.000 funcionários sem trabalho na fábrica.
O executivo admite que a Mercedes-Benz atualmente vê o Brasil com mais "desconfiança" e faz uma crítica indireta à presidente Dilma, que defende que o país foi afetado pela crise global. "Não sei onde enxergam crise lá fora. O que temos aqui é um problema caseiro".
*
Folha - O sr. disse aos funcionários em um evento que a Mercedes-Benz vive sua pior crise no Brasil. É verdade?
Philipp Schiemer - Sem dúvida, estamos na pior crise dos últimos 20 anos. Temos vários problemas. O primeiro é a queda de mercado. De janeiro a maio, as vendas de caminhões caíram 44%, enquanto as de ônibus cederam 27%. É uma queda no mesmo patamar do mercado, mas muito expressiva.
As empresas acreditaram no Brasil e a capacidade instalada excede muito a demanda. Não conseguimos aumentar preços, porque a concorrência é intensa. Por outro lado, a mentalidade inflacionária do Brasil é muito forte e os custos sobem quase automaticamente.
Hoje tenho o pior cenário possível: volume caindo, preço estável e custos aumentando. Estou sendo espremido de todos os lados. A saída para isso é muito difícil.
Quantos funcionários foram demitidos?
Tivemos que demitir 330 pessoas, enquanto outro grupo saiu voluntariamente. No total, foram 500 desligamentos. Mantivemos essas pessoas sem trabalho, em casa, por 12 meses, porque a última coisa que queremos é cortar funcionários em que investimos para treinar, mas não teve outra saída.
Ainda tenho um excesso de 2.000 pessoas dentro da fábrica. Com a queda no volume de produção, não tem trabalho para essas pessoas. Já demos férias coletivas e estamos em negociação com o sindicato. Ou chegamos num acordo ou demitiremos mais gente nas próximas semanas.
Funcionários acamparam na porta da fábrica. O sr. se sente culpado?
Pessoalmente não é nada agradável. Tenho que pensar que sou responsável não por 500 pessoas, mas por 11 mil. Tenho a consciência tranquila porque tratamos o assunto com transparência. Desde o ano passado, demos inúmeras chances para aceitar um PDV (plano de desligamento voluntário).
Analistas dizem que a Mercedes-Benz já precisava de um ajuste por conta de projeções equivocadas. Qual é a parcela de responsabilidade da crise?
Realmente cheguei aqui em 2013 com a tarefa de reestruturar as operações, porque tínhamos um excesso de pessoas. Mas a maioria dessas demissões vem da queda de quase 50% do mercado. É como cortar o seu salário pela metade e manter as despesas iguais. Não tem mágica.
Por que a venda de caminhões despencou no Brasil?
O mercado está muito alinhado com o ritmo da economia porque o transporte de bens no Brasil é feito por caminhão. Mas, se a economia não cresce e existe um clima de desconfiança, os empresários param de investir. E a primeira coisa que cortam é o caminhão novo.
Além disso, o governo cortou os subsídios que mantinham os juros baixos e a maior parte dos caminhões é adquirida com financiamento. A redução dos subsídios para a indústria faz parte do ajuste fiscal, mas tem um efeito no mercado.
O sr. disse que existe um clima de desconfiança. Por quê?
O país perdeu a previsibilidade. Nos últimos anos, tivemos muitas mudanças nas premissas da política econômica e ninguém tem segurança do que vai acontecer.
Há 10 anos, a inflação estava baixa, as contas públicas equilibradas e nós sabíamos o que viria pela frente. Há 20 anos, não tínhamos nada disso. Acredito que voltamos uns 20 anos no tempo.
Também não há confiança porque o quadro político é muito complicado. O PSDB vota contra suas crenças e o PT também. Você acha que alguém vai investir nesse cenário? É melhor ficar parado.
Qual é a sua opinião sobre o ajuste fiscal?
O crescimento do Brasil já vinha sendo artificialmente estimulado pelo gasto público. A impressão que dá é que o governo tentou animar a economia para influenciar nas eleições.
O ajuste fiscal é necessário, mas seria muito positivo se o governo reduzisse os custos da própria máquina, que é muito ineficiente. Ninguém precisa de 39 ministérios.
E o mais importante é que o ajuste seja rápido. Já estamos em junho e ainda não sabemos como vai funcionar. Também é preciso ter uma agenda positiva e dizer para a população porque teremos todo esse sofrimento.
O setor automotivo recebeu muitos benefícios fiscais no primeiro mandato de Dilma. Não é justo que isso acabe?
Temos um diálogo contínuo com o governo e a mensagem que recebemos –e que aceitamos– é que cada setor vai ter que olhar o seu próprio destino.
É possível ocupar a capacidade ociosa exportando?
Não tenho muita esperança. Hoje, os parceiros do Brasil são Argentina e Venezuela. A Argentina está numa crise forte e a Venezuela economicamente não existe mais. O que nós precisamos é um acordo com a União Europeia ou com os Estados Unidos.
Como o Brasil é visto hoje pela matriz da Mercedes-Benz?
Vemos o país com mais desconfiança. Continua sendo importante, porque estamos nesse mercado há 60 anos. Aqui sempre ouço que existe uma crise mundial. Não sei onde enxergam essa crise, porque China, Estados Unidos e Alemanha não estão em crise. O que temos no Brasil é um problema caseiro. Reconhecer os próprios erros é o primeiro passo para encontrar uma saída.
A Mercedes-Benz está cortando investimentos no Brasil?
Por enquanto, não. Teremos uma fábrica de automóveis no ano que vem porque as vendas desse produto ainda estão bem. Cortar investimentos significa abrir mão de melhorar. Se começarmos a fazer isso, é porque deixamos de acreditar no Brasil.
Krycek- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Estão vendendo muito.
Marcas mais caras nem sabem o que é crise!
A Land Rover está construindo sua fábrica aqui no quintal de casa a todo vapor.
Meu condomínio esta cheio de gringos desfilando Jaguar e Range Rover.
Portanto, não concordo que nesse nicho há problemas.
Inclusive, saiu uma pesquisa que demonstra o contrário.
Grandes marcas estão aumentando sua participação na América Latina.
Vejam a Porshe. Esta rindo a toa!!
rxavier- Usuário Ouro
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Com a dificuldade de obter financiamento, muitos imoveis ficarão prontos e sem comprador, aí começam as liquidações e quebradeiras.
Paralelo a isso, tem a subida do juro americano e nossa inflação que não cede, só acelera.
O brasil sempre teve gente com muito dinheiro, e muitos ficaram milionários nos ultimos anos, mas não sei se o "grosso" dessas vendas é sustentavel, carros de 150, 200 mil reais, trocados a cada 2 ou 3 anos? Muita gente vai esticar, rodar menos...
Krycek- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
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O sucesso não é medido pelo dinheiro que se tem, e sim, pelos "nãos" que se pode dizer.
Gastei metade do meu dinheiro com Carros, Mulheres e Bebida........a outra metade eu desperdicei.
TZero- Usuário Platina
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Re: Mercedes-Benz está desiludida com o mercado nacional
Quanto as vendas das marcas premium, realmente estão muito melhores que as marcas "plebéias", mas não vejo um céu azul pela frente.
Uma recessão, como a que estamos começando a experimentar, começa atingindo as camadas mais baixas, pois sentem mais rapidamente a queda da renda, mas certamente atingirá o "andar de cima".
Em economia não há nada isolado.
Além disso, as vendas continuam aquecidas no segmento premium, mas é só ligar para qualquer CSS para ver que não está fácil de vender, está dificil de escapar dos vendedores.
Prova disso é a oferta de leasing com residual alto, coisa comum em outros países, mas novidade no Brasil.
E a coisa só vai piorar...infelizmente.
Apilon- Desativado (Recadastramento - registro desatualizado)
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