Por que as peruas são as queridinhas dos alemães?

Depois de 16 dias de gravações para a terceira temporada do programa Oficina Motor (canal + Globosat), na Alemanha, estamos de volta. Foi nossa terceira ida àquele país e, sempre que estamos por lá, ficamos muito impressionados com o número de peruas (station wagons - SWs, caminhonetes, carrinhas... você escolhe o termo!) que vemos pelas ruas.

Nos últimos anos, enquanto aqui no Brasil e nos Estados Unidos essa configuração de automóvel se tornou rara, por lá ela parece se multiplicar cada vez mais, superando até mesmo seus equivalentes sedãs. Querem ver só?

Em uma visita anterior à fábrica da Audi, no início deste 2014, o então presidente da marca no Brasil, Leandro Radomile, nos contou que, na terra de Bach e Beethoven, 70% das vendas da linha A4 são da versão Avant, a SW.

O espaço para bagagens e a facilidade para carregar bicicletas e esquis são também fatores que fazem os alemães preferirem as Avant. É algo cultural, mas ficamos aqui matutando mais explicações para essa preferência germânica, tão diferente da nossa.

Em uma das newsletters da CarroInvest, falamos sobre as velocidades altas em que as estradas alemães, as famosas autobahnen (plural de autobahn) permitem andar. Pois é, esse é um dos “fatores-perua”.

Este tipo de carro tem um estilo que nós achamos muito bonito, claro, mas fora isso, a aerodinâmica é muito boa – especialmente se comparada à de veículos mais altos, como SUVs e Minivans. O desenho da traseira das peruas é ideal para gerar uma passagem que favorece a redução do arrasto. Com um atrito menor com o ar, o carro “flui” mais em altas velocidades, tende a oferecer um desempenho melhor e se torna mais econômico.

A equação aí é até simples: quanto menor a força que o carro tem que fazer para romper o ar, menor é o consumo – e maior pode ser sua velocidade final.

Quer um exemplo prático? Imagine um Golf Variant (station wagon que deve chegar em 2015 ao Brasil) e um Tiguan, ambos Volkswagen e que têm como origem o mesmo carro, o Golf. Um é perua e o outro, SUV. Para andar em alta velocidade, um carro mais baixo e com melhor aerodinâmica é definitivamente melhor – além de, cá entre nós, ser também mais gostoso de dirigir. Como os alemães não sofrem com ruas e estradas esburacadas nem enchentes, lá, carro alto é mais um problema do que uma solução.

No Brasil, costumamos copiar os EUA, seja no que é bom ou no que é ruim. Em nossa opinião, no que diz respeito aos carros, estamos copiando a nação errada! SALVEM AS PERUAS!

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Lipe Paíga e Henrique Koifman
Apresentadores do programa "Oficina Motor" (+Globosat)

carro@cartasdaiguatemi.com.br

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Aprecio as Station e gostei dessa análise da redução do arrasto pelo design dessa carroceria, a C63 AMG Station Wagon por exemplo é um show:
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Muito interessante o artigo, o Brasil acredita que o carro alto 'e sinal de robustez, seguranca e status.

Nos EUA muitos buscam conforto e realmente precisam do 4x4 para neve, e distancia do solo pq moram em lugares afastados dos centros, e' uma fatia consideravel da populacao. Quem tem filhos mora em casa e tem varias vagas, isso permite ter carros mais "focados", prius para o dia a dia, Rav4 para a esposa e um corvette antigo para o fim de semana.

Na europa o combustivel alto e poucos espaco limita o tamanho do carro e a quantidade de vagas, o que nao impediu as minivans familiares de proliferarem. Mas certamente quem busca esportividade e praticidade, aposta nas touring.