Mercedes quase produziu carros no Brasil nos anos 1950
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Mercedes quase produziu carros no Brasil nos anos 1950
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A Mercedes-Benz do Brasil (MBB), que acaba de completar 50 anos de produção, sempre foi associada ao pioneirismo na fabricação de caminhões (1956) e de ônibus monoblocos (1958). Mas por pouco também não alcançou o feito de se tornar primeiro fabricante de automóveis premium no continente sul-americano. Nos anos 1950 seria uma ousadia sem precedentes. Afinal, o cenário de vendas internas de veículos à época era limitado por forte restrição cambial (faltavam dólares para importar), responsável a cabo e ao fim pelo início da própria indústria automobilística nacional. A escala de produção inicial, que poderia fechar a equação econômica, era muito baixa. Além disso, o mercado de sedãs médios e grandes mostrava o domínio quase total das marcas americanas.
Chevrolet, Oldsmobile, Buick, Pontiac, Ford, Chrysler, Dodge, Studebaker, Hudson — só para citar algumas — desfilavam por ruas, avenidas e estradas quase sem concorrência de poucas marcas européias. O cenário, portanto, não favorecia em princípio os produtos do Velho Mundo. Ainda assim a pouco conhecida alemã DKW marcou o início da produção de automóveis convencionais, em 19 de novembro de 1956, com sua camioneta, hoje chamada de station wagon ou perua.
Apesar desse quadro desfavorável, a Mercedes-Benz entrou com o processo junto ao Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA) a fim de obter autorização para produzir o sedã 190. Coube a Júlio Reichmann, hoje com 85 anos, fazer os contatos oficiais. Reichmann era assessor da diretoria, polonês como o presidente da MBB, Alfred Jurzykowski, e filho de um advogado competente que migrou com a família para o país em 1941. O pleito foi apresentado em meados de 1957, depois de estudos internos da companhia.
“Comecei na MBB em julho de 1954, oito meses depois de sua fundação, onde trabalhei por 20 anos. A indústria nacional de autopeças era incipiente e teria muita dificuldade em acompanhar as exigências de qualidade de um fabricante como a Mercedes-Benz. O alto grau de nacionalização também se tornava um obstáculo adicional e a segurança de fornecimento era fraca. Ao mesmo tempo outros fabricantes de automóveis se habilitaram junto ao GEIA, entre eles a Volkswagen, com um produto simples, o Fusca. No começo de 1958, redigi a comunicação de desistência ao GEIA. Não apresentamos outro projeto depois”, explica Reichmann.
40 anos depois
Foi preciso um salto histórico de quatro décadas para que a MBB tomasse a iniciativa de produzir automóveis no Brasil. Em 1997 iniciou o investimento de US$ 820 milhões para construir, em Juiz de Fora (MG), a sua fábrica mais moderna do mundo, com capacidade de 70.000 unidades/ano. No mesmo ano em que o Brasil alcançava o recorde, até hoje não batido, de quase dois milhões de unidades vendidas, tornando-se o sétimo maior mercado do mundo. O Classe A, lançado na Europa também em 1997, foi o escolhido: primeira incursão da marca no segmento de compactos premium, no caso um monovolume.
Em 29 de abril de 1999, quando o primeiro carro deixou a linha de montagem, a área construída de 166.000 m² abrigava 1.500 funcionários diretos e mais 620 no parque de fornecedores dentro do próprio terreno. A maxidesvalorização cambial do real, de janeiro de 1999, teve grande impacto nos custos e na rentabilidade do Classe A. Seis anos depois, em agosto de 2005, o modelo saiu de linha depois da produção de 60.000 unidades. Nova etapa é iniciada com a importação de kits CKD e exportação para os EUA de uma versão do sedã Classe C.
Em janeiro próximo, Juiz de Fora passará a montar — com algum conteúdo local — o Classe C Sports Coupé, tornando-se única fornecedora mundial desta versão. Acredita-se, porém, que este será um passo intermediário até a decisão final sobre o destino da fábrica brasileira.
A Mercedes-Benz do Brasil (MBB), que acaba de completar 50 anos de produção, sempre foi associada ao pioneirismo na fabricação de caminhões (1956) e de ônibus monoblocos (1958). Mas por pouco também não alcançou o feito de se tornar primeiro fabricante de automóveis premium no continente sul-americano. Nos anos 1950 seria uma ousadia sem precedentes. Afinal, o cenário de vendas internas de veículos à época era limitado por forte restrição cambial (faltavam dólares para importar), responsável a cabo e ao fim pelo início da própria indústria automobilística nacional. A escala de produção inicial, que poderia fechar a equação econômica, era muito baixa. Além disso, o mercado de sedãs médios e grandes mostrava o domínio quase total das marcas americanas.
Chevrolet, Oldsmobile, Buick, Pontiac, Ford, Chrysler, Dodge, Studebaker, Hudson — só para citar algumas — desfilavam por ruas, avenidas e estradas quase sem concorrência de poucas marcas européias. O cenário, portanto, não favorecia em princípio os produtos do Velho Mundo. Ainda assim a pouco conhecida alemã DKW marcou o início da produção de automóveis convencionais, em 19 de novembro de 1956, com sua camioneta, hoje chamada de station wagon ou perua.
Apesar desse quadro desfavorável, a Mercedes-Benz entrou com o processo junto ao Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA) a fim de obter autorização para produzir o sedã 190. Coube a Júlio Reichmann, hoje com 85 anos, fazer os contatos oficiais. Reichmann era assessor da diretoria, polonês como o presidente da MBB, Alfred Jurzykowski, e filho de um advogado competente que migrou com a família para o país em 1941. O pleito foi apresentado em meados de 1957, depois de estudos internos da companhia.
“Comecei na MBB em julho de 1954, oito meses depois de sua fundação, onde trabalhei por 20 anos. A indústria nacional de autopeças era incipiente e teria muita dificuldade em acompanhar as exigências de qualidade de um fabricante como a Mercedes-Benz. O alto grau de nacionalização também se tornava um obstáculo adicional e a segurança de fornecimento era fraca. Ao mesmo tempo outros fabricantes de automóveis se habilitaram junto ao GEIA, entre eles a Volkswagen, com um produto simples, o Fusca. No começo de 1958, redigi a comunicação de desistência ao GEIA. Não apresentamos outro projeto depois”, explica Reichmann.
40 anos depois
Foi preciso um salto histórico de quatro décadas para que a MBB tomasse a iniciativa de produzir automóveis no Brasil. Em 1997 iniciou o investimento de US$ 820 milhões para construir, em Juiz de Fora (MG), a sua fábrica mais moderna do mundo, com capacidade de 70.000 unidades/ano. No mesmo ano em que o Brasil alcançava o recorde, até hoje não batido, de quase dois milhões de unidades vendidas, tornando-se o sétimo maior mercado do mundo. O Classe A, lançado na Europa também em 1997, foi o escolhido: primeira incursão da marca no segmento de compactos premium, no caso um monovolume.
Em 29 de abril de 1999, quando o primeiro carro deixou a linha de montagem, a área construída de 166.000 m² abrigava 1.500 funcionários diretos e mais 620 no parque de fornecedores dentro do próprio terreno. A maxidesvalorização cambial do real, de janeiro de 1999, teve grande impacto nos custos e na rentabilidade do Classe A. Seis anos depois, em agosto de 2005, o modelo saiu de linha depois da produção de 60.000 unidades. Nova etapa é iniciada com a importação de kits CKD e exportação para os EUA de uma versão do sedã Classe C.
Em janeiro próximo, Juiz de Fora passará a montar — com algum conteúdo local — o Classe C Sports Coupé, tornando-se única fornecedora mundial desta versão. Acredita-se, porém, que este será um passo intermediário até a decisão final sobre o destino da fábrica brasileira.
ATS- Usuário Platina
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Re: Mercedes quase produziu carros no Brasil nos anos 1950
Muito interessante!!! Mas sei lá...por um lado, se as Ponton realmente tivessem sido fabricadas por aqui, será que elas ainda teriam toda essa admiração da nossa parte? Ou seriam só "mais um" carro velho nas ruas?
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Hiro- Administrador
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Re: Mercedes quase produziu carros no Brasil nos anos 1950
Seriam Mercedes...o resto a gente já conhece...
Essa da foto é a "pequena", não?
Essa da foto é a "pequena", não?
ATS- Usuário Platina
- Número de mensagens : 2424
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Re: Mercedes quase produziu carros no Brasil nos anos 1950
Mais uma ilustração da nossa triste condição de República das Bananas. E la nave và...
rom- Usuário Ouro
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