Mercedes Benz, 125 anos de uma grande historia! (parteIV)

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Mensagem por António Júlio Ter 19 Jul 2011 - 22:10



A EMPRESA

Mais de um Século de historia!


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Há mais de 100 anos que a Mercedes-Benz tem sido a marca mais inovadora do mundo automóvel. Quando a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG) entregou o seu primeiro Mercedes, a 22 de dezembro de 1900, deu início à formação da Daimler AG, no final do século XX.

Hoje, a Mercedes-Benz é considerada a marca mais bem sucedida no mundo automóvel. O seu nível de perfeição técnica, normas de qualidade, e numerosos automóveis lendários, como os 300 SL Gullwing, são inigualáveis. A estrela da Mercedes tornou-se no símbolo mais famoso de todos os automóveis e é considerada uma das marcas mais conhecidas do mundo.

OS FUNDADORES
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Em meados de 1880, quando Gottlieb Daimler e Karl Benz inventaram, independentemente um do outro, o motor de alta velocidade e o automóvel, lançaram as bases para os transportes motorizados. Com a ajuda de apoios financeiros e parceiros, Gottlieb e Karl trabalharam no desenvolvimento das suas próprias empresas. Em Outubro de 1883, Benz fundou a Benz & Co., em Mannheim, enquanto que a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG) foi fundada em Novembro de 1890, em Cannstatt.

Ambas as empresas pretendiam criar uma marca memorável, para que os seus produtos fossem distintos e conhecidos. Inicialmente optaram pela utilização dos seus nomes próprios - Benz e Daimler - para representar a origem e a qualidade dos seus motores e veículos. Mas enquanto que a marca Benz & Cie. não sofreu alterações (embora a roda dentada utilizada em 1903 foi substituída por uma coroa de louro à volta do nome Benz), na transição do século, os produtos DMG apareceram sob a nova marca Mercedes.

O NOME
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Mercedes é um nome feminino, tipicamente espanhol que significa "misericórdia". Mercedes era também o nome da filha do empresário austríaco, Emil Jellinek, que em 1889, viveu em Baden, perto de Viena e em Nice.

Jellinek, era um deputado progressista interessado em desporto e um defensor entusiasta do progresso técnico e do automóvel. Estava convencido de que o automóvel seria capaz de transformar o futuro. Em 1897, quando viajou para Cannstatt, encomendou a construção do seu primeiro automóvel Daimler, um veículo de seis cavalos impulsionado por uma correia com um motor de dois cilindros.

Depois de ter entregue em Outubro de 1897, o carro com a velocidade máxima de 24 km/h, na opinião Jellinek, este era demasiado lento. Pretendia que a velocidade máxima fosse de 40 km/h e por esse motivo, encomendou dois modelos Daimler Phoenix com motor de apoio dianteiro de 8 cavalos. Em Setembro de 1898, estes dois carros foram entregues e foram os primeiros equipados com um motor de quatro cilindros.

Como empresário, Emil Jellinek sempre desfrutou de boas relações com personalidades ligadas aos mercados financeiros internacionais e à aristocracia. Em 1898, começou a vender automóveis Daimler aos membros da alta sociedade. Em 1899, a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG) já tinha entregue dez veículos a Jellinek e em 1900 sofreu um aumento para os vinte e nove.

Jellinek insistiu com a DMG para que produzisse veículos mais rápidos e potentes, a partir de 1899, entrou em corridas com eles, tal como sucedeu na Semana de Nice. Nessas corridas entrava sob o pseudónimo "Mercedes", nome da sua filha de dez anos. Apesar do nome ter se tornado cada vez mais bem conhecido entre os amantes automóvel, inicialmente Jellinek só o utilizou como o nome da equipa e não como uma marca.

No início de Abril de 1900, a DMG e Jellinek celebraram um acordo relativo à venda e distribuição de carros e motores Daimler. Quando a decisão foi tomada para desenvolver um novo motor com a designação "Daimler-Mercedes", o pseudónimo de Jellinek também se tornou num nome de produto. Duas semanas mais tarde, Jellinek encomendou 36 veículos por um preço total de 550.000 marcos – o que equivale hoje em dia, a cerca de três milhões de euros. Semanas mais tarde, voltou a encomendar 36 veículos, todos eles com motores de oito cavalos.

O PRIMEIRO MERCEDES
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A 22 de Dezembro de 1900, a Daimler-Motoren-Gesellschaft entregou a Jellinek o primeiro carro de corrida equipado com um novo motor de 35 cavalos. Este primeiro "Mercedes", desenvolvido por Wilhelm Maybach, Engenheiro Executivo de Design na DMG, provocou um grande furor, no início do século passado. Com baixo centro de gravidade, com uma moldura comprimida em aço, motor potente e um radiador em colmeia, este automóvel foi visto como o primeiro da sua geração.

Em Março de 1901, durante a Semana de Nice, os automóveis Mercedes foram praticamente imbatíveis em todas as disciplinas, graças à sua elevada performance. Em Março e Agosto de 1901, apareceram modelos idênticos com 12/16 e 8/11 cavalos. Graças às encomendas suplementares de Jellinek, as instalações da Daimler, situadas em Cannstatt, estavam a funcionar com capacidade máxima.

O nome Mercedes foi registado a 23 de Junho de 1902 e a marca propriamente dita, foi registada a 26 de Setembro. Em Junho de 1903, Emil Jellinek recebeu permissão para auto-intitular-se de Jellinek Mercedes. "Provavelmente, é a primeira vez que um pai se apropriou do nome da sua filha", comentou Jellinek na altura.

A ESTRELA
A idea
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Desde Setembro de 1902, que a DMG tem utilizado a marca "Mercedes", apesar de não ter existido qualquer alteração nas características da marca. Os filhos de Gottlieb Daimler, Paul e Adolf, recordam-se do seu pai ter usado a estrela de três pontas como símbolo.
Durante o período de 1872 a 1881, Gottlieb Daimler foi o Director Técnico da Deutz Gasmotorenfabrik. No início da sua carreira, marcou numa fotografia a sua casa de Colónia e Deutz, uma estrela de três pontas. Ele assegurou à sua mulher que esta estrela um dia subiria, gloriosamente sobre a sua propriedade.

O Conselho de Direcção da DMG apoderou-se desta afirmação e, em Junho de 1909 registou a estrela de três e de quatro pontas como marcas. Estes logotipos foram legalmente protegidos, mas foi a estrela de três pontas que, a partir de 1910, acabou por ser utilizada tridimensionalmente na parte frontal dos veículos, junto do radiador.

A estrela de três pontas também surgiu como símbolo da Daimler como princípio da motorização universal: “terra, água e ar”. Ao longo dos anos, sofreu uma série de modificações em termos de design. Em 1916, foi inserido um círculo em torno da estrela, na qual estavam quatro estrelas pequenas com a palavra Mercedes ou DMG, nas instalações de Untertürkheim e Berlim-Marienfelde.

Em Novembro de 1921, a DMG aplicou uma protecção na utilização das novas variantes da marca e do logotipo registado – a estrela de três pontas num círculo fechado como design para a grelha do radiador.

O EMBLEMA
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Em Junho de 1926, as duas fábricas mais antigas de motores a DMG e a Benz & Cie, juntaram-se e fundaram a Daimler Benz AG. Uma nova marca nascia, na qual estava incorporada a estrela de três pontas.
O período após a Primeira Guerra Mundial foi fortemente afectado pela inflação e pelo número de vendas reduzido, especialmente em relação aos bens de luxo, como automóveis de passageiros, acabaram por pesar fortemente sobre a indústria automóvel alemã. Apenas marcas fortes produzidas por empresas solidamente financeiras foram capazes de sobreviver, e muitas delas viram-se forçadas a fusões e a cooperativas. Em 1924, a DMG e Benz & Cie entraram numa joint-venture, com o objectivo de manterem a competitividade ao nível do design, fabrico, compra e venda de publicidade.

Durante este período, apesar destas empresas estarem envolvidas, publicitavam marcas distintas. Em Junho de 1926, dois anos mais tarde, as duas empresas mais antigas e fabricantes de automóveis fundaram a Daimler-Benz AG.

Foi criada uma nova marca cujo logotipo mantinha os elementos anteriores: a famosa estrela de três pontas da Daimler-Motoren-Gesellschaft, com a marca nominativa “Mercedes-Benz” cercada por uma grinalda de louro.

A partir desse dia, a marca tem sofrido poucas alterações ao longo dos anos . A estrela de três pontas tornou-se num símbolo universal, sinónimo de qualidade e segurança, por sua vez, o nome Mercedes-Benz está associado à tradição e inovação.


AS PRIMEIRAS PERSONALIDADES MB

Karl Benz (Primeiras etapas)
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Karl Benz nasceu a 25 de Novembro de 1884. O seu pai, era condutor de uma locomotiva e morreu quando tinha apenas dois anos. Apesar de terem poucos recursos financeiros, a sua mãe garantiu-lhe uma boa educação.
Karl Benz frequentou a escola primária e mais tarde a Universidade Politécnica de Karlsruhe. Realizou um estágio de dois anos na empresa de engenharia mecânica Maschinenbau-Gesellschaft, situada em Karlsruhe. Começou por ser desenhador e designer numa fábrica em Mannheim. Saiu desta fábrica em 1868 e começou a trabalhar numa empresa especializada na construção de pontes. Mais tarde, foi para Viena trabalhar numa empresa construtora de ferro, onde esteve pouco tempo.

Bertha Benz (ícone Mercedes-Benz)
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Bertha Ringer nasceu em Pforzheim, na Alemanha, a 3 de Maio 1849. Aos 23 anos casou-se com Karl Benz, a 20 de Julho de 1872.
Toda a História é marcada pelo esforço de mulheres que fizeram contribuições significativas para a vida dos seus maridos. Uma dessas figuras foi, sem dúvida, Bertha Benz, a mulher de Karl Benz. Sem a sua firmeza e crença inabalável no sucesso do seu marido, a empresa “Benz & Cie.” nunca teria existido.

Bertha Benz foi sempre solidária com o seu marido, apoiando-o incondicionalmente nas alturas mais críticas. A sua firmeza e optimismo levaram-na sempre a encontrar a melhor solução para as situações difíceis.

Mesmo durante o namoro com Karl Benz, Bertha tomou uma decisão espontânea e altruísta que se revelou essencial para o seu futuro marido. Quando Karl Benz, verificou que estava perante uma situação financeira quase irrevogável, causada pela empresa parceira de August Ritter, Bertha Benz nem hesitou em oferecer o seu dote. Embora não fosse uma grande quantia, era já suficiente assegurar os futuros poderes de decisão de Karl Benz.

Mulher de ação
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Apesar dos frequentes retrocessos no seu trabalho, Karl Benz recebeu da sua mulher uma crença inabalável em si e na sua invenção. Em 29 de Janeiro de 1886, Karl solicitou uma patente para o seu veículo de três rodas.
O sucesso da empresa, que moldou o futuro da mobilidade pessoal, em grande parte pode ser atribuído a Bertha Benz. A patente DRP 37435 é hoje reconhecida como a certidão de nascimento do automóvel.

Karl Benz melhorou as suas versões do Patent Motor Car. No entanto, apesar da reacção entusiástica por parte do público, o sucesso comercial permaneceu fugaz. Isto suscitou-lhe uma dúvida, mas uma vez mais, foi a sua mulher quem encontrou uma saída. Ela reconheceu que o público em geral permanecia desconfiado em relação à fiabilidade desta máquina de condução, de tal forma que algumas pessoas pensavam que se movia por forças misteriosas. Desta forma, surgiu com uma ideia para divulgar este veículo.

A viagem
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Foi a própria Bertha Benz que segurou a alavanca de comando do Patent Motor Car. A única forma de convencer o público em geral do nível prático deste automóvel, foi provando-o na realidade.
Em Agosto de 1888, nas primeiras horas da manhã, e sem o conhecimento de Karl, Bertha Benz fez uma viagem de Mannheim para Pforzheim, com os seus filhos Eugen (15 anos), Richard (14 anos), no veículo com três rodas pertencente a Karl.

Felizmente, este trio chegou em segurança ao seu destino. Enviaram um telegrama a Karl, dizendo que tinham concluído com êxito a primeira jornada de automóvel de longa distância. Esta notícia rapidamente se espalhou. Era impensável que dois rapazes e uma mulher viajassem num carro sibilante e sem cavalos. Só podia ser obra do diabo. No entanto, Bertha Benz tinha conseguido fazer aquilo que tinha em mente. Os críticos foram, pelo menos, conquistados pela fiabilidade do Benz Patent Motor Car. Sem a coragem e o empenho de Bertha Benz, a estrada para o sucesso automóvel teria sido significativamente mais rochosa.

Mais tarde, Karl Benz escreveu nas suas memórias, "Apenas uma pessoa esteve comigo durante os momentos em que senti que estava a caminhar para o abismo. Essa pessoa foi a minha mulher. Foi a sua coragem que me permitiu encontrar uma nova esperança".

Ela faleceu a 5 de Maio de 1944, dois dias após ter celebrado o seu 95º aniversário, em Ladenburg, no estado de Baden, onde a família residia.


Gottlieb Daimler(primeiros anos)
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Gottlieb Daimler nasceu em Schorndorf a 17 de Março de 1834. Além de ter estudado na escola primária de Schorndorf, frequentava aulas de desenho aos domingos. Em 1848, Gottlieb Daimler começou como armeiro-aprendiz em Schorndorf, provavelmente com o armeiro Master Wilke. Terminou sua aprendizagem em 1852, apresentando a peça que tinha criado, uma pistola de dois canos. Após uma estadia em França, onde Daimler adquiriu experiência em engenharia mecânica, participou na Escola Politécnica, em Estugarda, de 1857 a 1859. Depois de ter trabalhado em França e Inglaterra, começou como desenhador técnico, em 1862, na cidade de Geislingen. No final de 1863, tornou-se operário na fábrica do orfanato de Bruderhaus, na cidade de Reutlingen. Aqui conheceu Wilhelm Maybach em 1865.

A 9 de novembro de 1867 casou-se com Emma Kurtz, originária de Maulbronn. Em 1869, deixou Reutlingen para ocupar o cargo de director da oficina na Maschinenbau-Gesellschaft Karlsruhe. Três anos mais tarde, mudou-se para Otto und Langen como director técnico da Gasmotorenfabrik Deutz, onde ele se tornou familiarizado com o princípio do motor Otto de quatro tempos. Em meados de 1882, após divergências com a administração da empresa, acabou por deixar a fábrica Gasmotoren.

Oficina experimental
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Em 1882, Daimler comprou uma casa em Taubenheimstrasse, no distrito de Cannstatt (Estugarda) por 75.000 marcos. O extenso jardim tinha uma estufa, que por sua vez, foi aumentada para se tornar numa oficina.
O plano de Daimler era criar somente motores a gasolina para poder usá-los em todos os tipos de veículos - em terra, água e no ar. Os seus motores baseavam-se na tecnologia do motor Otto de quatro tempos. No entanto, o mecanismo complexo de ignição do motor não permitia uma grande velocidade.

Após intensos testes, foi concedida a Daimler uma patente para um motor com isolamento térmico, com um tubo de ignição quente não regulado. A patente DRP 28022 era uma obra-prima e correspondia ao princípio do motor Otto de quatro tempos. Isto originou uma dura batalha em tribunal, envolvendo a empresa Deutz, mas Daimler acabou por recusar o uso desta patente.
No entanto, o Alto Tribunal sustentou a reclamação de Daimler depois de ter feito uma aparição pública em plena audiência. No final de 1883, foi efectuado o primeiro teste ao motor. Este foi lançado na fundição e atingiu o recorde do modelo mais pequeno. Graças ao quente tubo de ignição quente, usando uma válvula de escape regulamentado por curved groove control, o motor chegou às 600 rotações. Este ultrapassou o desempenho de todos os motores anteriores, cujas velocidades eram limitadas a um máximo de 120-180 rotações.

O seguinte teste que foi realizado ficou conhecido como o “Grandfather Clock Engine” , tendo em conta a sua aparência. A primeira versão datada de 1884 equivalia a um 1 cv por cada 600 rotações. Este projecto baseado numa construção leve e compacta, abriu o caminho para que Daimler e Maybach instalassem um motor num veículo. A motocicleta emoldurada a madeira, foi usada para o primeiro teste. O único motor de cilindros, que tinha sofrido uma redução do “Grandfather Clock Engine” , foi incorporado no veículo mas no lugar do condutor.
A 28 de Agosto de 1885, Daimler foi premiado com a patente DRP 36423 para este veículo a gasolina ou petróleo. Na Primavera de 1886, Daimler já tinha encomendado um veículo descrito como carruagem "americana", à empresa W. Wimpff & Sohn, sediada em Estugarda.

Fabricado em Hamburgo e montado em Estugarda, o veículo foi entregue a 28 de Agosto e secretamente levado à residência de Daimler, aparentemente como um presente de aniversário para a mulher de Daimler, Emma. O motor foi montado sob a direcção de Maybach na fábrica de Maschinenfabrik Esslingen, com 1,5 cv e construído de acordo com o modelo “Grandfather Clock”. A potência do motor era transmitida por correias. Este veículo de Daimler foi considerado o primeiro transporte motorizado do mundo com quatro rodas.

O progresso
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O teste que se seguiu foi efectuado num barco. A patente DRP 39367 refere-se a uma "máquina com um veio propulsor projectada para operar num barco através de gasolina ou petróleo”. Em Junho de 1887, Daimler mudou-se para novas instalações de produção em Seelberg (Cannstatt).

Gottlieb Daimler tinha 23 trabalhadores que foram seleccionados cuidadosamente. Uma obra desta dimensão era demasiado grande e esgotou grande parte da sua fortuna pessoal, apesar do sucesso do barco a motor ter gerado bons lucros.

A precária situação económica de Daimler forçou-o a procurar novos parceiros. Isso resultou na chegada de Max Duttenhofer, Director Executivo da Köln-Rottweil (fábrica de pólvora) e do seu amigo, Wilhelm Lorenz. A 28 de Novembro de 1890, foi fundada uma sociedade anónima foi sob o nome de Daimler-Motoren-Gesellschaft. O objectivo da empresa era prosseguir as actividades realizadas em Seelberg. Nos termos do acordo deste consórcio, Maybach era para ser nomeado Director Técnico da Daimler-Motoren-Gesellschaft. No entanto, os termos do contrato eram inaceitáveis para um especialista com o estatuto de Maybach.

Isto resultou na saída de Maybach, deixando a empresa a 11 de Fevereiro de 1891. Questões relacionadas com o produto estiveram no centro da discórdia que envolveu Duttenhofer e Daimler. Quando ficou claro que o impasse não poderia ser resolvido, Daimler recorreu a métodos mais ardilosos. O objectivo do negócio era a continuar independentemente da Daimler-Motoren-Gesellschaft, mas com a participação de Maybach. Desta forma, Daimler matou dois coelhos de uma só cajadada. Ele foi obrigado a pagar uma grande quantia para que Maybach rescindisse o seu
contrato.

As patentes dos desenhos produzidos foram registadas em nome de Maybach. Daimler era responsável apenas pela parte financeira, enquanto que Maybach se dedicava apenas pela área de design. Entre as invenções mais significativas de Maybach destaca-se o bocal de pulverização do carburador.

A DMG alcançou o sucesso económico depois da saída de Maybach. As invenções de Daimler e Maybach foram comercializadas no estrangeiro, particularmente em França. Panhard e Levassor, os pioneiros do automóvel, adquiriram os direitos de licença em 1889. A partir de 1890, foram só instalados motores Maybach em formato V de dois cilindros nos seus veículos.

A revelação
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Há muito tempo que Gottlieb Daimler sofria de uma doença cardíaca. No inverno 1892/93 adoeceu novamente e foi enviado para Florença, na Primavera para recuperar. Aqui ele reuniu-se com Lina Hartmann (nascida em Schwend), que tinha conhecido através de amigos comuns, em Cannstatt. A sua primeira mulher Emma tinha falecido em 28 de Julho de 1889 e Lina Hartmann, 22 anos mais nova, causou de tal forma uma boa impressão, que ele decidiu casar com ela.

O casamento teve lugar em 8 de Julho de 1893, em Schwäbisch Hall.
Os problemas de coração de Daimler começaram a ter um impacto negativo junto da DMG. Em 1893, rejeitou uma oferta para adquirir cerca de 102 acções, o que lhe teria garantido uma participação majoritária. Esta atitude pode ter estado relacionada com uma série de dúvidas a respeito das perspectivas futuras da empresa. A crescente tensão entre a Daimler e Lorenz Duttenhofer, acabou por conduzir à exclusão Daimler como accionista, após a liquidação das dívidas da DMG pela módica quantia de 400.000 marcos. Ameaçaram Daimler a vender-lhes a sua participação na sociedade e os direitos das suas invenções, a um preço de 66.666 marcos. Caso contrário a empresa iria à falência. De forma a evitar esta situação, Daimler concordou imediatamente. No entanto, com a saída de Daimler, a empresa não teve grande sucesso. O progresso técnico parecia ter-se dissipado.

Em 1895, Maybach rejeitou uma oferta feita pela Daimler-Motoren-Gesellschaft, dizendo que não iria voltar sem Daimler. Graças ao sucesso do motor Maybach-Phoenix, os motores Daimler tinha ganho um reconhecimento internacional. Um grupo de industriais britânicos encabeçado por Frederick R. Simms estavam a fazer os possíveis para adquirir os direitos de licença deste motor para a Grã-Bretanha. Ao ponto de estarem dispostos a pagar uma quantia de 350.000 marcos, na condição do regresso de Daimler à empresa.

O regresso de Daimler e Maybach trouxe um inesperado volte face. A participação de Daimler na empresa (200.000 marcos) foi-lhe devolvida, juntamente com um bónus de 100.000 marcos. A sua posição sobre o Conselho Fiscal foi extremamente importante. A 8 de Novembro de 1895, Maybach foi nomeado Director Técnico da Daimler-Motoren-Gesellschaft e recebeu acções no valor de 30.000 marcos.

Para Maybach, a principal prioridade era a de reconstruir a competitividade da DMG baseada no progresso técnico e na fiabilidade dos produtos. Gottlieb Daimler morreu cinco anos depois, a 6 de Março de 1900.

A saga continua, em breve a parte V. Abraços.
António Júlio
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Mensagem por pinetree Ter 19 Jul 2011 - 22:13



Voltou a inspiração do nosso amigo.
Valeu gajo, continue postando estas preciosidades que tanto apreciamos.
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Mensagem por Convidado 11 Qua 20 Jul 2011 - 13:03



E não se esqueça de quando chegarmos no século 21 falar da criação do FMBB :D

Afinal de conta, fazemos parte dessa história!!!

Parabéns pela sequencia de belos post.
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