Orientações sobre fluídos para W116, W123 e W126 280 M110 -pode se aplicar a outros modelos da época
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Orientações sobre fluídos para W116, W123 e W126 280 M110 -pode se aplicar a outros modelos da época
Para muitos, pode não ser novidade o que abordarei, mas há muitas MB antigas por aí sem manual do proprietário e recebendo os fluídos errados, resultando em perda de durabilidade e desempenho do conjunto. Por exemplo, a caixa de marchas manual da época usa óleo ATF, de câmbio automático. Algum proprietário poderia levar a uma estação "especializada" em troca de óleo e receber um belo de um óleo 80 ou 90 GL4, assim como um infeliz aqui da cidade queria colocar óleo Dexron III num câmbio ZF de 6 marchas de uma BMW 545i. Enfim, vamos aos dados e minhas opiniões lidando com minha W126 há um bom tempo.
Os exemplos abaixo foram tirados da cópia do manual em francês da minha 280S 1985 (o original fica guardado, para não pegar sol e etc), mas o conjunto motor/câmbio/diferencial é o mesmo dos chassis citados no título do tópico.
Óleo do motor
O quadro acima mostra as viscosidades recomendadas para cada faixa de temperatura externa. O último quadro informa "óleos para todas as estações". O motor M110 foi lançado em 1972, onde a API mais recente era a SE. Hoje estamos na SN. Você pode usar qualquer óleo mineral API SJ ou superior, semissintético ou sintético (esses dois últimos se você tem certeza que o motor não possui borras e está saudável). A viscosidade foi discutida por mim, Leon 1.6 e Oldboy nesse tópico.
Período de troca: Na época, a troca de óleo com filtro era feita a cada 20 mil quilômetros com óleo 20W40. Mas devido ao nosso combustível e por esses carros em 95% dos casos serem utilizados em finais de semana, a troca geralmente é feita por tempo: A cada 6 meses/5 mil quilômetros para óleos minerais e semissintéticos, e 1 ano/10 mil Km para sintéticos.
Demais fluídos
Tradução com adequação aos padrões de hoje
Transmissão mecânica: 1,6 L - Óleo ATF Tipo A Sufixo A, homologado MB 236.2 (óleos recomendados)
intervalo de troca: não especificado, porém sugiro a cada 2 anos ou 40 mil Km.
Transmissão automática: 1º enchimento: 7,3L, troca de óleo 6,2L. Tipo citado no item anterior.
intervalo de troca: idem ao anterior
Diferencial: 1 L - Óleo para engrenagens hipóides SAE 90 ou 85W90 homologados MB 235.0 (óleos recomendados) - Eu uso e recomendo o Mobilube HD-A 85W90 GL-5. Encontra-se em autopeças para caminhões.
intervalo de troca: idem ao anterior
Direção hidráulica: 1,2L - Óleo ATF Tipo A Sufixo A, homologado MB 236.2 (óleos recomendados)
intervalo de troca: idem ao anterior
Suspensão hidropneumática autonivelante (SLS) - 3,5 L - fluído norma MB 343.0 (óleos recomendados)
intervalo de troca: não especificado
Cubos das rodas dianteiras: aprox. 60g cada - graxa de alta temperatura para rolamento. Só usei quando troquei um dos rolamentos, o outro ainda é original.
Graxas (?) - Graxas multifuncionais ou consistentes. Não sei onde usaria, mas até hoje não precisei.
Fluído de freios e atuadores de embreagem (câmbio manual): 500ml - DOT 4 - Troca anual
Aditivo para radiador
Aditivo para radiadores que atenda as normas MB 325.0/325.2 (fluídos recomendados) - 34% no mínimo. Não há necessidade de mais do que isso no Brasil, visto que conforme imagem acima, confere proteção entre -20ºC e 118ºC. Troca a cada 3 anos. Com 2 anos, fiz o teste do meu com termodensímetro e ainda reserva 100% de sua capacidade de proteção. A capacidade do sistema é em torno de 10,5 litros (incluindo aditivo). Pode-se usar água pura mesmo, porém usar água desmineralizada é um cuidado a mais. A minha ficou sem aditivo por pelo menos 15 anos. Fiz uma limpeza simples (drenando e enchendo com água 3 vezes) e coloquei o aditivo Lubrax na proporção de 35% com água normal, de torneira. Soltou bastante sujeira, chegou até a vazar pelo tubo de água do aquecedor após uns 2 meses. Mas preferi ter essa manutenção "extra" com o tubo (retiramos, lixamos para retirar sujeira e colocamos a mangueira mais para "dentro") e manter o sistema protegido do que ficar protelando usando água pura direto e corroendo e sujando os sistema. Uma hora a corrosão atacaria mesmo e poderia me deixar na mão na estrada. Usando aditivo e acompanhando eu poderia agir preventivamente e deu certo. Hoje não vaza nada e o carro está protegido.
A página escaneada acima comenta sobre o uso de apenas um anticorrosivo em proporção de 1% se não precisar de anticongelante. Não sei se anticorrosivos elevariam o ponto de fervura da água, o que acho imprescindível, visto que em uso extremo e com altas temperaturas externas, a temperatura do líquido de arrefecimento pode ultrapassar os 100ºC. Por isso indico os aditivos citados na norma acima.
Espero ter ajudado. Se esqueci de algo ou me equivoquei em algum ponto, por gentileza me avisem.
Os exemplos abaixo foram tirados da cópia do manual em francês da minha 280S 1985 (o original fica guardado, para não pegar sol e etc), mas o conjunto motor/câmbio/diferencial é o mesmo dos chassis citados no título do tópico.
Óleo do motor
O quadro acima mostra as viscosidades recomendadas para cada faixa de temperatura externa. O último quadro informa "óleos para todas as estações". O motor M110 foi lançado em 1972, onde a API mais recente era a SE. Hoje estamos na SN. Você pode usar qualquer óleo mineral API SJ ou superior, semissintético ou sintético (esses dois últimos se você tem certeza que o motor não possui borras e está saudável). A viscosidade foi discutida por mim, Leon 1.6 e Oldboy nesse tópico.
Período de troca: Na época, a troca de óleo com filtro era feita a cada 20 mil quilômetros com óleo 20W40. Mas devido ao nosso combustível e por esses carros em 95% dos casos serem utilizados em finais de semana, a troca geralmente é feita por tempo: A cada 6 meses/5 mil quilômetros para óleos minerais e semissintéticos, e 1 ano/10 mil Km para sintéticos.
Demais fluídos
Tradução com adequação aos padrões de hoje
Transmissão mecânica: 1,6 L - Óleo ATF Tipo A Sufixo A, homologado MB 236.2 (óleos recomendados)
intervalo de troca: não especificado, porém sugiro a cada 2 anos ou 40 mil Km.
Transmissão automática: 1º enchimento: 7,3L, troca de óleo 6,2L. Tipo citado no item anterior.
intervalo de troca: idem ao anterior
Diferencial: 1 L - Óleo para engrenagens hipóides SAE 90 ou 85W90 homologados MB 235.0 (óleos recomendados) - Eu uso e recomendo o Mobilube HD-A 85W90 GL-5. Encontra-se em autopeças para caminhões.
intervalo de troca: idem ao anterior
Direção hidráulica: 1,2L - Óleo ATF Tipo A Sufixo A, homologado MB 236.2 (óleos recomendados)
intervalo de troca: idem ao anterior
Suspensão hidropneumática autonivelante (SLS) - 3,5 L - fluído norma MB 343.0 (óleos recomendados)
intervalo de troca: não especificado
Cubos das rodas dianteiras: aprox. 60g cada - graxa de alta temperatura para rolamento. Só usei quando troquei um dos rolamentos, o outro ainda é original.
Graxas (?) - Graxas multifuncionais ou consistentes. Não sei onde usaria, mas até hoje não precisei.
Fluído de freios e atuadores de embreagem (câmbio manual): 500ml - DOT 4 - Troca anual
Aditivo para radiador
Aditivo para radiadores que atenda as normas MB 325.0/325.2 (fluídos recomendados) - 34% no mínimo. Não há necessidade de mais do que isso no Brasil, visto que conforme imagem acima, confere proteção entre -20ºC e 118ºC. Troca a cada 3 anos. Com 2 anos, fiz o teste do meu com termodensímetro e ainda reserva 100% de sua capacidade de proteção. A capacidade do sistema é em torno de 10,5 litros (incluindo aditivo). Pode-se usar água pura mesmo, porém usar água desmineralizada é um cuidado a mais. A minha ficou sem aditivo por pelo menos 15 anos. Fiz uma limpeza simples (drenando e enchendo com água 3 vezes) e coloquei o aditivo Lubrax na proporção de 35% com água normal, de torneira. Soltou bastante sujeira, chegou até a vazar pelo tubo de água do aquecedor após uns 2 meses. Mas preferi ter essa manutenção "extra" com o tubo (retiramos, lixamos para retirar sujeira e colocamos a mangueira mais para "dentro") e manter o sistema protegido do que ficar protelando usando água pura direto e corroendo e sujando os sistema. Uma hora a corrosão atacaria mesmo e poderia me deixar na mão na estrada. Usando aditivo e acompanhando eu poderia agir preventivamente e deu certo. Hoje não vaza nada e o carro está protegido.
A página escaneada acima comenta sobre o uso de apenas um anticorrosivo em proporção de 1% se não precisar de anticongelante. Não sei se anticorrosivos elevariam o ponto de fervura da água, o que acho imprescindível, visto que em uso extremo e com altas temperaturas externas, a temperatura do líquido de arrefecimento pode ultrapassar os 100ºC. Por isso indico os aditivos citados na norma acima.
Espero ter ajudado. Se esqueci de algo ou me equivoquei em algum ponto, por gentileza me avisem.
Rafael M.- Administrador
- Número de mensagens : 717
Data de inscrição : 23/07/2012
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Re: Orientações sobre fluídos para W116, W123 e W126 280 M110 -pode se aplicar a outros modelos da época
Parabéns pelo tópico, Rafael! Direto e autoexplicativo!
Se é que eu entendi (tenho trauma com a língua francesa... não é o que vocês pensaram, só pensam "naquilo"...rsrs), esse anticorrosivo seria utilizado apenas se não forem aplicados ao sistema os aditivos recomendados pela norma citada ou compatíveis. Palpitando - sem estudar o tema - quero crer que qualquer aditivo à base de monoetilenoglicol ("inorgânico") poderia ser usado na proporção sugerida, não são tão caros assim.
Aqui no Brasil, tem se tornado comuns os aditivos a base de polímeros, que tem propriedades anticorrosivas mas não anticongelantes. Como escrevi, considerando que os aditivos com etilenoglicol não são tão caros (costumo usar no WCoringa o Petronas Coolant 11, antigamente chamado Paraflu), ainda não me animei a usar esses com polímeros, apesar de serem em regra mais baratos, mas nunca soube de caso em que tenham se mostrado ineficazes quanto à corrosão.
Se é que eu entendi (tenho trauma com a língua francesa... não é o que vocês pensaram, só pensam "naquilo"...rsrs), esse anticorrosivo seria utilizado apenas se não forem aplicados ao sistema os aditivos recomendados pela norma citada ou compatíveis. Palpitando - sem estudar o tema - quero crer que qualquer aditivo à base de monoetilenoglicol ("inorgânico") poderia ser usado na proporção sugerida, não são tão caros assim.
Aqui no Brasil, tem se tornado comuns os aditivos a base de polímeros, que tem propriedades anticorrosivas mas não anticongelantes. Como escrevi, considerando que os aditivos com etilenoglicol não são tão caros (costumo usar no WCoringa o Petronas Coolant 11, antigamente chamado Paraflu), ainda não me animei a usar esses com polímeros, apesar de serem em regra mais baratos, mas nunca soube de caso em que tenham se mostrado ineficazes quanto à corrosão.
Leon 1.6- Usuário Ouro
- Número de mensagens : 614
Data de inscrição : 16/06/2010
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Re: Orientações sobre fluídos para W116, W123 e W126 280 M110 -pode se aplicar a outros modelos da época
Brilhante tópico esse o seu! Gostei muito. Muito obrigado!
Marujo_BSB- Moderador
- Número de mensagens : 2916
Data de inscrição : 12/01/2015
Interesses : Mercedes
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Re: Orientações sobre fluídos para W116, W123 e W126 280 M110 -pode se aplicar a outros modelos da época
Confrades, este tópico foi marcado como importante pelo excelente conteúdo técnico e fixado pela Moderação nesta Seção para facilitar futuras consultas.
Abraços,
Abraços,
Convidado 9- Usuário Platina
- Número de mensagens : 15736
Data de inscrição : 24/07/2010
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