Mercedes mostra seus carros "verdes" em Detroit

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Elétricos ecologicamente corretos são aposta da montadora alemã

O Salão de Detroit, que abre suas portas em 17 de janeiro, apesar das recentes desistências, ainda deve apresentar algum fôlego. É o que promete a linha BlueZero, que será mostrada pela Mercedes-Benz na mostra centenária. Composta pelos conceitos E-Cell, E-Plus e F-Cell, a gama apresenta estudos de propulsores elétricos, híbridos ou a hidrogênio, que devem ir às ruas em um futuro próximo.

O destaque é o E-Cell (confira as fotos), totalmente elétrico e movido por baterias de lítio, com autonomia prevista de 200 km após duas horas de carga. Preste atenção nas linhas: elas devem ser a inspiração para os futuros Classe A e Classe B. O híbrido E-Plus, por sua vez, é dotado de motores elétricos que movem as rodas e ainda possui um propulsor a gasolina para realizar a recarga das baterias. Isso garante autonomia de 600 km no uso híbrido e de 100 km utilizando apenas o motor elétrico.

Por fim, o F-Cell, movido a célula de hidrogênio, pode armazenar combustível suficiente para 640 km de vias rodadas. Sua viabilidade, entretanto, depende da criação de uma rede de postos capazes de armazenar hidrogênio.

Hugo Passarelli
Imagens divulgação
Fonte: Terra

Ao contrário de marcas como Porsche, Rolls-Royce e Ferrari, a Mercedes-Benz não desistiu de participar do Salão do Automóvel de Detroit, nos Estados Unidos, que neste ano sofre os impactos da crise econômica mundial. Além do superesportivo SLR Stirling Moss, uma edição limitada do cobiçado SLR McLaren, o estande da marca tem espaço reservado ao futuro 'verde' dos carros, seguindo a tendência do Salão.

A solução da Mercedes para atingir a emissão zero de poluentes está na diversidade. A aposta da marca é o conceito BlueZERO, que reúne três estudos de carros 'limpos'. Um deles é o E-Cell, elétrico movido a baterias e com autonomia de até 200 km. O segundo é o F-Cell, equipado com células de combustível que produzem eletricidade a partir do hidrogênio e dão ao carro uma autonomia de 400 quilômetros. O terceiro é o híbrido E-Cell Plus, que traz um motor elétrico combinado a um motor de combustão interna, que prolonga a autonomia do veículo para 600 km.

Os três carros compartilham design, dimensões (4,22 m de comprimento) e algumas características técnicas, como o chassi tipo 'sanduíche', patenteado pela Mercedes e introduzido nos modelos Classe A e B. Neste tipo de construção, a disposição do conjunto motor e transmissão é feita na frente e debaixo do veículo, proporcionando mais espaço interno. Segundo a Mercedes-Benz, a estrutura é considerada ideal para os carros elétricos, já que as baterias de íon lítio podem ser armazenadas no piso do veículo e não tomam o conforto dos passageiros.

Os três carros possuem tração dianteira, motor elétrico com potência máxima de 100 kW (136 cavalos) e torque de 32,6 kgfm. A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 150 km/h, com o objetivo de proporcionar uma boa autonomia e eficiência de consumo.

Com capacidade de carga de 15 kW, as baterias de íon lítio que equipam os conceitos E-Cell (elétrico) e E-Cell Plus (híbrido) podem armazenar energia suficiente para garantir 50 quilômetros de autonomia a cada 30 minutos. Para uma autonomia de 100 e 200 quilômetros, é preciso 'abastecer' o veículo em uma tomada durante uma ou duas horas. Se a capacidade for de 7 kW, como em uma residência, os tempos de carga dobram. No caso do E-Cell Plus, o motor elétrico é combinado a um propulsor de 1 litro turboalimentado à gasolina ( o mesmo que equipa o smart fortwo), com potência de 50 kW (68 cv) a uma rotação de 3.500 rpm, que também pode recarregar as baterias por um alternador. A autonomia do E-Cell Plus pode chegar a 600 quilômetros. Com o funcionamento apenas do motor elétrico, a autonomia é de 100 km.

De acordo com Thomas Weber, membro do conselho da Daimler AG e responsável pela pesquisa corporativa e desenvolvimento da Mercedes, a partir deste ano a empresa produzirá os primeiros carros com célula de combustível, em pequena escala. Os carros elétricos, equipados apenas com baterias, começam a ser fabricados em 2010.