170H o Mercedes popular dos anos 30
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170H o Mercedes popular dos anos 30
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A história diz que um projeto de carro popular encomendado por Adolf Hitler ao engenheiro Ferdinand Porsche deu origem à Volkswagen. Este veículo se tornou o Käfer, que virou o nosso amado Fusca, um dos mais emblemáticos carros que já existiu.
No entanto, muita gente talvez não saiba, mas o Fusca tinha um concorrente em sua própria casa e mais, este poderia ser considerado um “outro Fusca”. Esse carrinho pode ser estranho para os brasileiros de hoje, mas não para os alemães da década de 30. Ele tinha algo muito interessante, uma estrela de três pontas!
130H
Ele era o Mercedes-Benz 170H. Sim, um “Fusca” da Mercedes! Quem diria, não é mesmo? Toda essa história começou no início da década de 30, quando a então recente Daimler-Benz autorizou o projeto W17 ou Mercedes-Benz 120. Ele foi confiado a Hans Nibel e tinha como característica motor traseiro, duas portas e carroceria aerodinâmica.
Com quatro lugares, o W17 tinha tração traseira e motor 1200 boxer refrigerador a ar, entregando apenas 25 cv. O projeto era muito semelhante ao do Volkswagen, mas sofreu grandes alterações na traseira, que passou a ser mais longa e bicuda, assim como na frente, não tão curvada.
Este foi chamado de W25. A variante D (diesel) tinha motor de três cilindros OM-134 com 30 cv. Por fim, o projeto foi lapidado e rebatizado de W23, o chamado Mercedes-Benz 130H, que foi apresentado em Berlim no ano de 1934. O modelo tinha cabine em formato quadradão, tendo a traseira proeminente e a frente pouco inclinada. A estrela ia cravada na lataria e não presa sobre um suporte em cima do capô.
As portas eram tipo suicida e havia entradas de ar nas laterais, bem como abaixo da tampa do motor. O chassi era tubular e a suspensão traseira tinha braços oscilantes, mas sem eixo de torção como no Type 1 (VW). Em seu lugar, havia molas helicoidais inclinadas sobre os semieixos. A inspiração para o desenho do carro teria sido o Rumpler Tropfenwagen, feito na década de 20 e inspirado em aviões.
O “H” do 130 é devido ao motor posicionado na traseira do carro, assim como alguns chassis de ônibus da Mercedes-Benz ainda hoje, os chamados OH. Mas de volta ao “Fusca” da Mercedes, este tinha motor 1.3 de 26 cv com radiador de ar entre as molas e câmbio de quatro marchas sincronizadas. A máxima era de 92 km/h.
Com suspensão independente nas quatro rodas, o 130H estava disponível nas versões sedã, sedã com teto aberto e conversível. No ano seguinte, surgiu o 150H (W30), que era uma variante roadster ou cupê com dois lugares e três faróis. A suspensão traseira foi modificada e motor quatro cilindros em linha e refrigerado a água tinha 1.5 litros e 55 cv.
150/170H
Mas, o Mercedes 150H não teve sucesso e poucos foram construídos, sendo retirado de linha em 1936, quando despontou o 170H (W28). Este era uma evolução do 130H e foi o mais próximo que existiu do Volkswagen Type 1 em estilo, pois usava o motor OM-136 de quatro cilindros em linha e refrigerado a água. Ele tinha 1.7 litros e entregava 38 cv, sendo o mesmo do modelo sedã 170V.
A carroceria era mais arredondada, mas com a traseira ainda proeminente. O porta-malas havia sido reduzido, pois o OM-136 era naturalmente mais alto que o boxer do 130H. Isso e a dirigibilidade ruim enterram as vendas do 170H, que durou três anos. Havia somente o sedã e o sedã com teto aberto.
Com a Segunda Guerra estourando em 1939, a Wehrmacht ainda tentou aproveitar o projeto para fins militares, mas acabou sendo recusado por não permitir o uso de gerador de gás de madeira e a história dos W23/28/30 foi encerrada definitivamente. Por não ter sido usado no conflito, várias unidades sobreviveram e chegaram às mãos de colecionadores.
Ainda em 1939, o engenheiro Karl Kraus Maffei Schlör, o mesmo da fabricante de tanques KMW, produziu um conceito chamado Schlörwagen (“ovo”), que produziu um coeficiente de arrasto aerodinâmico de somente 0,113 em túnel de vento. Este veículo desapareceu durante o conflito.
Sem os modelos 130/150/170H, a Mercedes-Benz deixou para sempre o segmento de carros baratos. Em 1979, a empresa alegou que o projeto não deu certo no pós-guerra por causa da falta de identidade com a marca, focada no luxo, bem como a posição traseira do motor.
A Mercedes-Benz apontou que o projeto teve influência de Ferdinand Porsche, que havia sido engenheiro-chefe da empresa entre 1923 e 1928. Assim, Nibel o teria assumido anos depois. Na disputa, Porsche ajudou a criar a Volkswagen, marca que se tornou um gigante na indústria alemã, competindo com a Daimler-Benz pelo título de maior empresa do país nas décadas seguintes.
A história diz que um projeto de carro popular encomendado por Adolf Hitler ao engenheiro Ferdinand Porsche deu origem à Volkswagen. Este veículo se tornou o Käfer, que virou o nosso amado Fusca, um dos mais emblemáticos carros que já existiu.
No entanto, muita gente talvez não saiba, mas o Fusca tinha um concorrente em sua própria casa e mais, este poderia ser considerado um “outro Fusca”. Esse carrinho pode ser estranho para os brasileiros de hoje, mas não para os alemães da década de 30. Ele tinha algo muito interessante, uma estrela de três pontas!
130H
Ele era o Mercedes-Benz 170H. Sim, um “Fusca” da Mercedes! Quem diria, não é mesmo? Toda essa história começou no início da década de 30, quando a então recente Daimler-Benz autorizou o projeto W17 ou Mercedes-Benz 120. Ele foi confiado a Hans Nibel e tinha como característica motor traseiro, duas portas e carroceria aerodinâmica.
Com quatro lugares, o W17 tinha tração traseira e motor 1200 boxer refrigerador a ar, entregando apenas 25 cv. O projeto era muito semelhante ao do Volkswagen, mas sofreu grandes alterações na traseira, que passou a ser mais longa e bicuda, assim como na frente, não tão curvada.
Este foi chamado de W25. A variante D (diesel) tinha motor de três cilindros OM-134 com 30 cv. Por fim, o projeto foi lapidado e rebatizado de W23, o chamado Mercedes-Benz 130H, que foi apresentado em Berlim no ano de 1934. O modelo tinha cabine em formato quadradão, tendo a traseira proeminente e a frente pouco inclinada. A estrela ia cravada na lataria e não presa sobre um suporte em cima do capô.
As portas eram tipo suicida e havia entradas de ar nas laterais, bem como abaixo da tampa do motor. O chassi era tubular e a suspensão traseira tinha braços oscilantes, mas sem eixo de torção como no Type 1 (VW). Em seu lugar, havia molas helicoidais inclinadas sobre os semieixos. A inspiração para o desenho do carro teria sido o Rumpler Tropfenwagen, feito na década de 20 e inspirado em aviões.
O “H” do 130 é devido ao motor posicionado na traseira do carro, assim como alguns chassis de ônibus da Mercedes-Benz ainda hoje, os chamados OH. Mas de volta ao “Fusca” da Mercedes, este tinha motor 1.3 de 26 cv com radiador de ar entre as molas e câmbio de quatro marchas sincronizadas. A máxima era de 92 km/h.
Com suspensão independente nas quatro rodas, o 130H estava disponível nas versões sedã, sedã com teto aberto e conversível. No ano seguinte, surgiu o 150H (W30), que era uma variante roadster ou cupê com dois lugares e três faróis. A suspensão traseira foi modificada e motor quatro cilindros em linha e refrigerado a água tinha 1.5 litros e 55 cv.
150/170H
Mas, o Mercedes 150H não teve sucesso e poucos foram construídos, sendo retirado de linha em 1936, quando despontou o 170H (W28). Este era uma evolução do 130H e foi o mais próximo que existiu do Volkswagen Type 1 em estilo, pois usava o motor OM-136 de quatro cilindros em linha e refrigerado a água. Ele tinha 1.7 litros e entregava 38 cv, sendo o mesmo do modelo sedã 170V.
A carroceria era mais arredondada, mas com a traseira ainda proeminente. O porta-malas havia sido reduzido, pois o OM-136 era naturalmente mais alto que o boxer do 130H. Isso e a dirigibilidade ruim enterram as vendas do 170H, que durou três anos. Havia somente o sedã e o sedã com teto aberto.
Com a Segunda Guerra estourando em 1939, a Wehrmacht ainda tentou aproveitar o projeto para fins militares, mas acabou sendo recusado por não permitir o uso de gerador de gás de madeira e a história dos W23/28/30 foi encerrada definitivamente. Por não ter sido usado no conflito, várias unidades sobreviveram e chegaram às mãos de colecionadores.
Ainda em 1939, o engenheiro Karl Kraus Maffei Schlör, o mesmo da fabricante de tanques KMW, produziu um conceito chamado Schlörwagen (“ovo”), que produziu um coeficiente de arrasto aerodinâmico de somente 0,113 em túnel de vento. Este veículo desapareceu durante o conflito.
Sem os modelos 130/150/170H, a Mercedes-Benz deixou para sempre o segmento de carros baratos. Em 1979, a empresa alegou que o projeto não deu certo no pós-guerra por causa da falta de identidade com a marca, focada no luxo, bem como a posição traseira do motor.
A Mercedes-Benz apontou que o projeto teve influência de Ferdinand Porsche, que havia sido engenheiro-chefe da empresa entre 1923 e 1928. Assim, Nibel o teria assumido anos depois. Na disputa, Porsche ajudou a criar a Volkswagen, marca que se tornou um gigante na indústria alemã, competindo com a Daimler-Benz pelo título de maior empresa do país nas décadas seguintes.
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Krycek- Usuário Platina
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Re: 170H o Mercedes popular dos anos 30
Confesso que não conhecia esse "Fusca estrelado", ótimo post Krycek. :Clap:
Impressionante para a época é o coeficiente de arrasto obtido nesse outro projeto "ovo".
Essa declaração feita pela Mercedes em 1979 explicando porque não levou avante o projeto é até certo ponto coerente para a época de guerra e de ascensão de outros segmentos que não eram voltados para carros de luxo, motor na traseira de falto não tinha nada ver mesmo com a tradição MB.
Impressionante para a época é o coeficiente de arrasto obtido nesse outro projeto "ovo".
Essa declaração feita pela Mercedes em 1979 explicando porque não levou avante o projeto é até certo ponto coerente para a época de guerra e de ascensão de outros segmentos que não eram voltados para carros de luxo, motor na traseira de falto não tinha nada ver mesmo com a tradição MB.
Convidado 9- Usuário Platina
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Re: 170H o Mercedes popular dos anos 30
A produção da Mercedes pré-guerra era artesanal e caríssima, deviam estar perdendo dinheiro em cada carro com motor traseiro.
O próprio fusca era inviavel comercialmente nos anos 30, para lucrar a VW foi concebida no fim dos anos 40 com uma escala enorme.
O próprio fusca era inviavel comercialmente nos anos 30, para lucrar a VW foi concebida no fim dos anos 40 com uma escala enorme.
Krycek- Usuário Platina
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Karl Fass- Usuário Ouro
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